Diário de Notícias

Marcelo: “Serei também Presidente de todos os ciganos portuguese­s”

No Dia Internacio­nal do Cigano, o Presidente mostrou-se atento aos problemas da etnia e desejou que as novas medidas cheguem “mais longe” na defesa da igualdade

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Selfies e afetos: o Presidente da República deu atenção a todos aqueles que se aproximara­m para se fazerem ouvir

SARA OLIVEIRA “Isto é que é um Presidente... Vem a pé...” O elogio não tardou a fazer-se ouvir mal o Presidente da República surgiu ontem de manhã rumo aos Paços do Concelho da Maia, para visitar a exposição de fotografia Mulheres Ciganas, de Adriano Miranda. Chegou 11 minutos antes da hora prevista no programa, não tardando a ser assaltado pelo povo que, como sempre, não o poupou a beijos e a muitas selfies. No Dia Internacio­nal do Cigano, Marcelo Rebelo de Sousa foi recebido por representa­ntes da comunidade, com quem almoçou a pretexto da Feira Intercultu­ral Sete Cantos do Mundo, e reconheceu que a estratégia para integrar a etnia tem falhado.

Nuno Marques é advogado e quis fazer chegar a mensagem de “que o racismo é crime, mas falta puni-lo”. Representa­nte nacional dos ciganos, aos 46 anos, acusa “muito preconceit­o na sociedade” e diz-se “vítima de racismo”, assim como os quatro filhos entre os 15 e os 6 anos. A seu lado, a mais velha, Ana, confirma os ataques por ser cigana, embora sinta “muito apoio” dos colegas. Isto porque “não sou violenta, mas não me fico”, garantiu, assumindo “muito orgulho” na etnia e negando que tenha namorado prometido desde pequena. “Isso é outra mentira que contam sobre nós”, acrescento­u o pai, antes de seguir Marcelo estrada fora.

O percurso entre a câmara municipal e a tenda era curto, mas os afetos do Presidente triplicara­m a distância, com direito a uma paragem especial para comprar (e provar) um pão-de-ló numa das mais famosas padarias da localidade. Uma pausa que serviu para passar os olhos pelas notícias no jornal de um cliente, pouco antes do reencontro com o antigo ministro Silva Peneda. As horas contadas pareciam esticar para Marcelo Rebelo de Sousa, que não se deixou apressar pelo relógio, dando atenção a todos aqueles que se aproximara­m para se fazerem ouvir. E foram muitos e de todas as idades, com o Presidente a louvar “o encontro de culturas e o diálogo entre comunidade­s” a que assistiu.

Numa verdadeira festa cigana, provou iguarias tradiciona­is, entre elas sopa de grão-de-bico e massa, favas com chouriço e, a rematar, filhós para adoçar.

Sabendo que Portugal é um dos países com mais queixas de discrimina­ção por parte dos ciganos, Marcelo Rebelo de Sousa reconheceu o fracasso de uma parte da “estratégia aprovada em 2013 para maior integração das comunidade­s ciganas”, avançando que “está em curso, com a participaç­ão dessas comunidade­s e dos seus principais representa­ntes, a preparação

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