Corpo Expedicionário Português vencido na "batalha do imperador"
A primavera de 1918 parecia sorrir ao alto-comando alemão. A queda do czar Nicolau II e a revolução bolchevista levam à saída da Rússia da I Guerra Mundial e à paz de Brest-Litovsk, a 3 de março. Tornou-se possível transferir um elevado número de tropas para a frente ocidental e lançar aquilo que em Berlim se acreditava ser a ofensiva final, antes de as forças americanas chegarem em força a solo europeu. As operações iniciam-se a 9 de abril envolvendo 110 divisões, mais de um milhão de efetivos, 50 delas só no setor britânico. Denominada a “batalha do imperador” (Kaiserschlacht), a ofensiva devia desfazer a frente britânica, cercar a British Expeditionary Force (BEF), que integra o Corpo Expedicionário Português (CEP), e forçar a rendição dos franceses. Os portugueses, que ocupam um setor extenso para a dimensão dos seus efetivos, são derrotados. Os alemães recorrem a táticas inovadoras nas barragens de artilharia e no avanço da infantaria. Conseguem importantes avanços nos primeiros dias, mas no final de abril era evidente que os objetivos não seriam alcançados, apesar de a ofensiva prosseguir até julho. Os avanços expõem as suas linhas da frente e o número de baixas compromete a superioridade de efetivos perante os Aliados, que cessa de existir com a entrada em ação do exército americano. A moral das tropas alemãs está em declínio. Em agosto, as ofensivas são suspensas em todos os setores da frente ocidental e inicia-se a retirada dos territórios conquistados em abril e maio. O exército alemão perdera a iniciativa. Os Aliados passam ao ataque para libertar o território francês. A 11 de novembro, é assinado o armistício. A Alemanha, que na prática desde 1915 tem suportado o essencial do esforço bélico, aceita a derrota.