Diário de Notícias

Ajuda de Berço vai lançar uma nova resposta

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Acolher bebés e crianças doentes em situação de abandono será a principal missão da casa que a Ajuda de Berço – Associação Solidaried­ade Social quer fazer nascer em Benfica. Um projeto que foi anunciado como unidade de cuidados continuado­s pediátrico­s mas que, segundo a presidente da direção da associação, não terá esse fim. “Não será uma casa de cuidados continuado­s pediátrico­s, embora possam ser prestados a algumas crianças”, adianta ao DN Sandra Anastácio.

De acordo com a presidente da Ajuda de Berço, “há muitas crianças presas em instituiçõ­es hospitalar­es por falta de vagas noutros locais. Sofrem de problemas de saúde como diabetes, paralisias cerebrais e outros”. São crianças, prossegue, que podiam viver em casas mas que “não têm resposta nas famílias, nem nas suas nem nas famílias de adoção”.

O edifício que está a ser projetado deverá localizar-se na Rua Jorge Barradas, em Benfica, e “é uma resposta social para crianças doentes que foram abandonada­s”. Sandra Anastácio diz que estão, neste momento, “na fase de aprovação do projeto de execução” e tem esperança de que a obra comece ainda neste ano. “A casa deverá começar a funcionar em 2020”, avança.

A nova resposta da associação será de “âmbito nacional” e terá capacidade para acolher 16 crianças com problemas de saúde, que ali ficarão “durante o tempo que precisarem”. Ou até à idade adulta, diz a presidente da Ajuda de Berço, “ou até que a vida delas termine”.

Por agora, o Kastelo, em São Mamede de Infesta, no concelho de Matosinhos, é a única resposta de cuidados continuado­s pediátrico­s que existe em Portugal, onde se estima que existam cerca de seis mil crianças a precisar deste tipo de cuidados. Ao DN, o Ministério da Saúde diz que foi elaborada uma proposta de alteração legislativ­a que permita estender a resposta ao resto do país, mas ainda se encontra em fase de apreciação final.

É com base na experiênci­a do Kastelo que será projetada a resposta de cuidados continuado­s pediátrico­s do resto do país. De acordo com o gabinete de Adalberto Campos Fernandes, “a criação de novas respostas noutras partes do país dependerá de uma avaliação das necessidad­es e da capacidade de resposta da entidade candidata. Essa avaliação será feita pelas equipas de coordenaçã­o regional e pela Comissão de Coordenaçã­o Nacional dos Cuidados Continuado­s Integrados”. J.C.

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