Diário de Notícias

Húngaros reelegem Viktor Orbán em massa

O líder que faz frente à imigração e à UE e que brande o perigo George Soros tem mandato para prosseguir a sua via

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LEGISLATIV­AS O partido de direita Fidesz, do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, foi ontem reeleito para um terceiro mandato consecutiv­o. Os resultados preliminar­es, com 74,6% dos votos contados, davam uma maioria de dois terços no Parlamento. As projeções da comissão eleitoral atribuíam ao Fidesz 134 lugares num Parlamento com 199 deputados. O Jobbik, de extrema-direita, terá 26 representa­ntes, e em terceiro lugar os socialista­s com 20 deputados.

As eleições foram marcadas pela alta afluência às urnas (68,1%), o que motivou longas filas para exercer o direito de voto e causou atrasos na contagem e divulgação dos resultados. Nas anteriores legislativ­as, em 2014, a afluência foi de 61,7%, o que deu ao Fidesz deViktor Orbán a maioria de dois terços no Parlamento.

Já em 2002, quando Orbán perdeu as eleições após o seu primeiro mandato, contaram-se mais de 67% de eleitores. Mas após o regresso ao poder em 2010, o Fidesz alterou a lei eleitoral a seu favor: com 45% dos votos em 2014 obteve dois terços dos assentos parlamenta­res. Eleições livres mas não justas, considerou então a OCDE.

Durante a campanha eleitoral, um discurso do primeiro-ministro, que tem dirigido o país numa deriva autoritári­a, provocou especial indignação e mobilizaçã­o das oposições. Após ter afirmado que todos os outros candidatos são patrocinad­os pelo milionário de origem húngara George Soros – um dos seus inimigos de eleição, além dos imigrantes e da União Europeia –, deixou a ameaça: “Vamos tomar medidas morais, jurídicas e políticas.”

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