Diário de Notícias

MARCA DOIS E MANTÉM-SE A UM PONTO DO LÍDER BENFICA

Dois golos estranhos no primeiro quarto de hora permitiram ao FC Porto resolver o jogo e ao resto faltou capacidade de afirmação coletiva. Equipa de Conceição já teve melhores dias

- MANUEL QUEIROZ

O FC Porto vai à Luz a um ponto do Benfica no segundo lugar, depois de ter batido ontem o Desportivo das Aves no Dragão por 2-0. Depois da derrota em Belém, a equipa conseguiu os três pontos, que era o essencial, mas não deu uma imagem de estar restabelec­ida dos últimos tropeções.

O importante para o FC Porto era ganhar, claro, e isso foi conseguido com dois golos madrugador­es e estranhos. A turma de Sérgio Conceição já teve melhores dias, mas o jogo na Luz é de uma classe à parte, se isso pode servir para justificar a exibição pouco afirmativa de ontem. O clássico da Luz no próximo domingo chega para as duas equipas num momento de forma melhor para os (tetra) campeões, que vão em nove vitórias seguidas, mesmo que não estejam num momento de forma excecional como se viu ainda no sábado no Bonfim. O clássico é de outra importânci­a, é outro jogo, com outras emoções.

Um penálti completame­nte desnecessá­rio de Tissone sobre Ricardo Pereira – a criar dificuldad­es pela sua velocidade, é certo – depois de um lance esquisito, já que parecia que a bola ia para canto, não saiu, Ricardo Pereira deu para o meio de cabeça, mal, mas foi lá e Tissone pontapeou-o quando ele esbarrava com Felipe. Penálti sim, o novo marcador foi Alex Telles que foi competente – este foi o primeiro castigo máximo concretiza­do pelos portistas nesta Liga, à 29.ª jornada!

E logo a seguir o 2-0 foi ainda mais estranho: lançamento lateral que Ricardo Pereira colocou na área, mas a defesa superioriz­ou-se facilmente e Falcao alivia, só que Otávio entra em carrinho, a bola bate nele e entra na baliza (o brasileiro do FC Porto estava ainda fora da área...).

Mesmo com esses dois golos tão cedo, a exibição dos dragões nunca atingiu grandes patamares qualitativ­os. Algumas boas iniciativa­s, várias oportunida­des, mas sempre a deixar uma ideia de instabilid­ade de jogo e da psicologia da equipa em geral. Alguns jogadores mais do que outros, mas o povo do Dragão – e eram (quase) 40 mil – a pôr em xeque Brahimi, por exemplo, mas também Aboubakar, que está há dois meses sem marcar e até acabou por ser substituíd­o por Hernâni à hora de jogo. Nem jogou mal o camaronês, mas falta-lhe a chispa. Brahimi atirou uma bola à barra com estrondo ainda na primeira parte, na melhor jogada coletiva pela direita e em que Aboubakar cruzou atrasado para o argelino chutar à entrada da área sem sorte, ou com pontaria a mais para o ferro. A equipa foi jogando com cuidado, por causa dos amarelos e para não cometer erros, mas nunca conseguind­o períodos de grande futebol. Foram mais jogadas esparsas, algumas boas e até bonitas, mas a que faltou sempre algum contexto mais de força coletiva, de querer mesmo procurar mais golos, de mostrar que a jogar em casa era capaz de resgatar as exibições menos boas dos últimos tempos. Fez, sim, brilhar Adriano Facchini, com defesas magníficas numa cabeçada de Soares e ainda de Aboubakar, ou num livre frontal de Alex Telles. Este foi um dos melhores da equipa, com Ricardo Pereira e Otávio, enquanto Sérgio Oliveira acabou o jogo com queixas (e também já esteve em momento mais agradável de forma).

Do lado do Desportivo das Aves, José Mota fazia entrar homens mais avançados (Fariña, Elhouni, Derley), mas a equipa fez o primeiro remate já nos descontos, pelo líbio Elhouni, e a bola até foi ao poste, porque o espanhol Casillas não chegou. Mas perante a retração dos portistas o Desportivo das Aves podia ter arriscado mais, até porque precisa de pontos, mas acabou por fazer precisamen­te o mesmo resultado que fez na Luz.

 ??  ?? Eis um instantâne­o do bailado vivido ontem no Dragão com Marcano e Felipe a tentarem levar a melhor sobre os centrais avenses
Eis um instantâne­o do bailado vivido ontem no Dragão com Marcano e Felipe a tentarem levar a melhor sobre os centrais avenses

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