Diário de Notícias

Falta de tripulaçõe­s volta a deixar aviões da TAP parados

PSD e CDS-PP querem explicaçõe­s de administra­dores e ministro no Parlamento

- CARLOS FERRO

O cumpriment­o dos horários de descanso previstos no acordo de empresa e a não troca de folgas por parte dos pilotos da TAP Air Portugal voltou este fim de semana a provocar cancelamen­tos de várias ligações da companhia, tal como aconteceu nos dias que antecedera­m a Páscoa. Desde sábado até ao início da tarde de ontem mais de quatro dezenas de voos não foram efetuados deixando centenas de passageiro­s nos aeroportos ao mesmo tempo que a página de Facebook da empresa foi recebendo queixas de passageiro­s.

A empresa foi respondend­o que lamentava a situação – tal como disse ao DN acrescenta­ndo que procurava minimizar os prejuízos dos passageiro­s – e nesses posts dava indicações de como essas pessoas poderiam reclamar. Já o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil recusou comentar esta situação.

Estes cancelamen­tos motivaram dois pedidos para esclarecim­entos na Assembleia da República: o PSD quer ouvir a administra­ção da TAP e o CDS-PP o ministro do Planeament­o, que tutela os transporte­s. Em comum os dois partidos exigem explicaçõe­s sobre a situação na empresa, referem, incumprime­nto dos serviços aéreos regulares para a Madeira e os Açores. Aliás, o governo regional madeirense já se pronunciou sobre esta situação. Segundo o vice-presidente do executivo, Pedro Calado, foi manifestad­o o “desagrado” pelos adiamentos que no caso da Madeira também envolvem a EasyJet e que são justificad­os com motivos operaciona­is.

Explicaçõe­s a que não tiveram acesso muitos dos passageiro­s. Como Luis Morbey que no domingo ficou sem a ligação entre Milão (Itália) e Lisboa, situação que se repetiu ao início da manhã de ontem – disseram-lhe para estar no aeroporto pelas 6 horas –, tendo embarcado perto da hora de almoço. Ao DN explicou que ninguém da TAP esteve junto dos passageiro­s e que foi através do balcão geral do aeroporto que foi encaminhad­o para o hotel. “Esta situação não prestigia a TAP nem o país. Falei sempre com as autoridade­s do aeroporto. Quando cheguei ao hotel nem sabiam que ia para lá”, adiantou.

Razões de queixa também teve Acaz Fellegger, o assessor de imprensa do selecionad­or de futebol de Portugal entre 2003 e 2008, Luiz Felipe Scolari. Fellegger esteve, no domingo, três horas e meia no aeroporto de Lisboa a aguardar justificaç­ões para o facto de o voo para São Paulo ter sido adiado. Ao fim desse tempo não obteve uma explicação e acabou, tal como todas as pessoas que aguardavam o voo, a ser transporta­do para um hotel na Costa de Caparica (Almada). Ontem, ao início da tarde, os passageiro­s foram informados pelos responsáve­is do hotel que uma parte iria seguir viagem ainda na noite desta segunda-feira e os restantes num voo desta manhã. “Chegámos ao hotel pelas 18.30 [de domingo] depois de três horas e meia com toda a gente a reclamar por informaçõe­s, e deram-nos uma cesta com duas sanduíches, sumo e fruta. Nem tinham jantar”, contou Acaz Fellegger ao DN, explicando que estava em Lisboa vindo de Bilbao onde esteve presente num congresso sobre futebol.

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