Diário de Notícias

Empréstimo­s à habitação batem máximo de 2010

CRÉDITO Só nos primeiros dois meses do ano, os bancos emprestara­m 1310 milhões de euros para compra de casa

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O boom do mercado imobiliári­o não para. Nos primeiros dois meses do ano, os bancos portuguese­s emprestara­m 1310 milhões de euros para a compra de casa, o montante mais alto desde o início da década. Só em fevereiro, foram aprovadas novas operações de crédito à habitação no valor de 676 milhões, um aumento de quase 26%, de acordo com os números do Banco de Portugal.

Taxas de juro a mínimos históricos e uma guerra de spreads entre os bancos, agora que abriram os cordões ao crédito, explicam o aumento da procura. O spread médio dos maiores bancos, que no início do ano era de 1,47%, recua já para 1,39%, o nível mais baixo desde meados de 2010.

Apesar de os novos empréstimo­s para a compra de casa terem aumentado, o stock total de crédito à habitação caiu para 92 859 milhões de euros, menos 1,51% do que há um ano. A explicação é simples: as amortizaçõ­es antecipada­s ultrapassa­m o valor dos novos créditos.

O crédito à habitação é o grande impulsiona­dor das operações de financiame­nto às famílias. Mais de metade (57%) do dinheiro emprestado em fevereiro foi para compra de casa. Ao todo, nos primeiros dois meses do ano, as famílias captaram 2293 milhões de euros junto dos bancos.

Mas os dados do Banco de Portugal mostram também um cresciment­o nas novas operações de crédito ao consumo, que totalizara­m 358 milhões de euros, mais 4,7% do que em janeiro, e nos empréstimo­s para outros fins, que subiram para 148 milhões de euros. Apesar do aumento do crédito, o malparado recuou, em fevereiro, para 4352 milhões de euros, uma fatia de apenas 3,8% do total do crédito a particular­es.

O dinamismo do crédito às famílias não teve paralelo nas empresas – os novos empréstimo­s concedidos às sociedades não financeira­s somaram 1843 milhões em fevereiro, menos 37% do que no mês anterior. O montante dos empréstimo­s às PME (1189 milhões de euros) é o mais baixo desde janeiro de 2003.

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