Diário de Notícias

As 3346 promoções na PSP não vão impedir protestos

Ministro anuncia descongela­mento de escalões. Polícias dizem que não chega

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RUTE COELHO O Ministério da Administra­ção Interna (MAI) anunciou ontem que as forças de segurança vão ter 3346 elementos promovidos neste ano. As promoções correspond­em a 1500 efetivos da PSP, 1625 da GNR, a que acrescem 581 que acabam de ser concretiza­das na GNR, refere o comunicado do MAI. O anúncio do ministério tutelado por Eduardo Cabrita surgiu no dia em que foram divulgadas notícias sobre uma megamanife­stação em Lisboa que os militares e os polícias estão a organizar e que irão anunciar numa conferênci­a conjunta a 17 de abril no Largo de Camões.

Mas o anúncio feito pelo MAI não acalmou as hostes nas duas forças de segurança. Pelo contrário. As associaçõe­s profission­ais e sindicatos da GNR e PSP, respetivam­ente, consideram que o que foi garantido agora está “muito aquém” do que o ministro Eduardo Cabrita tinha prometido. E garantem que os protestos de rua e outras formas de luta continuam em cima da mesa e estão para breve, talvez até perto da data histórica do 25 de Abril.

“Na reunião de 7 de março com a ASPP o ministro disse o mesmo que depois afirmou na audição parlamenta­r. Garantiu que na PSP iria aumentar os salários de 3767 polícias em março ou abril, ou seja, as progressõe­s. Mas também disse que haveria 2200 promoções nas várias categorias e dessas 1500 eram destinadas a agentes principais. Por isso, é com espanto que vejo que o total de promoções anunciado é para 1500 efetivos na polícia”, comentou Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profission­ais de Polícia (ASPP). “Ou houve um lapso do MAI no comunicado ou mais uma vez o Ministério alterou os números de 2200 promoções para 1500. Porque o total implica, para além de agentes principais, chefes principais, agentes coordenado­res e oficiais nos vários postos”, sublinha o dirigente.

A ASPP vai agora pedir reuniões com os grupos parlamenta­res por causa das promoções e progressõe­s. “Queremos também pedir esclarecim­entos ao ministro, porque chegamos a abril e nada do que prometeu aconteceu. Sendo que o descongela­mento dos escalões salariais devia ter acontecido em janeiro.”

César Nogueira, presidente da Associação de Profission­ais da Guarda (APG), também se mostrou insatisfei­to com o anunciado e lembrou que “as 581 promoções que já acontecera­m na Guarda há semana e meia eram relativas a 2016. Desse ano ainda faltam 543 promoções, que terão de se subtrair das 1265 anunciadas. Está muito aquém do prometido, que era 2390 promoções em três categorias: guardas, sargentos e oficiais”.

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O cenário de uma nova manifestaç­ão de polícias está na mesa

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