Diário de Notícias

Trump na Síria sem plano A

-

ÉLEONÍDIO

PAULO FERREIRA esmagador o arsenal às ordens de Trump para punir Assad pelo ataque químico de que é acusado contra um bastião rebelde, mas a soma da VI Esquadra no Mediterrân­eo com aV Esquadra no golfo Pérsico, mais todos os aviões em bases que se espalham da Turquia aos Emirados não chegam para o presidente americano ter um plano A para a Síria. E esse plano A só poderia ser uma alternativ­a credível aos atuais governante­s de Damasco, desafiados desde 2011, primeiro por protestos de rua, depois por grupos armados com vários patrocinad­ores externos. Do tom agora ameaçador de Trump, embora percebendo-se que faz toda a diferença entre Assad e o seu protetor Putin, resultam duas opções, a de atacar posições do exército sírio ou a de lançar uma operação em larga escala que atinja também as forças russas. No fundo, o plano B, o mais provável, e o C, este de riscos impensávei­s, basta notar as ameaças de retaliação.Voltemos, pois, ao plano A, cuja inexistênc­ia é comprovada pela fraca presença de tropas americanas em território sírio, cerca de dois mil homens. E também por uma clara delegação nas milícias curdas do combate ao Estado Islâmico, que a partir de 2014 se tornou prioritári­o em relação ao derrube de Assad. Mesmo que Obama seja o principal responsáve­l por esta estratégia de cautela no conflito sírio, o seu sucessor na Casa Branca manteve-a. Aliás, há dias,Trump chegou a anunciar a retirada destes americanos, que sobretudo têm funcionado como conselheir­os. Ou seja,Trump tem meios para complicar a vitória de Assad e prejudicar a estratégia de Putin no Médio Oriente, mas não para moldar uma Síria alternativ­a, que agrade à América. E corre, atacando, riscos de aumentar tensões com aliados como a Turquia, que já combate as milícias curdas sírias, ou o Iraque, que até tem acordos de defesa com a Síria e o Irão.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal