Diário de Notícias

Do pânico às meias-finais com um penálti perfeito de CR7

A Juventus chegou aos 3-0 e igualou a eliminatór­ia. Grande penalidade nos descontos evitou escândalo histórico

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NUNO FERNANDES Uma noite que teve quase contornos de drama e momentos de pânico acabou em festa para o Real Madrid, com um golo de penálti de Cristiano Ronaldo na compensaçã­o a evitar que a eliminatór­ia com a Juventus fosse para prolongame­nto. Numa reviravolt­a histórica (nunca o Real tinha estado a perder por 3-0 em casa em jogos das provas europeias), a Juventus chegou ao terceiro golo aos 61 minutos por Matuidi (antes marcou Mandzukic por duas vezes), igualou a eliminatór­ia e gelou as bancadas do Bernabéu.

Quando já todos esperavam pelos 30 minutos do prolongame­nto, deu-se o golpe de teatro. Aos 90’+3, o árbitro assinalou grande penalidade a favor do Real Madrid, por falta de Benatia (derrube com o braço direito) sobre LucasVázqu­ez. Revoltados, os jogadores da Juventus viraram-se contra o árbitro Michael Oliver. Buffon saiu disparado da baliza e protestou de uma forma nunca antes vista, recebendo logo ordem de expulsão (a 1.ª na Champions e a quarta de toda a carreira), naquele que poderá ter sido o seu último jogo na Liga dos Campeões.

Minutos depois, aos 90’+7, com os ânimos já mais calmos, Ronaldo não facilitou. Cobrou com força e colocado o penálti perfeito para o lado esquerdo da baliza de Szczesny e marcou o golo que permitiu ao Real Madrid apurar-se para as meias-finais da Liga dos Campeões. Nos festejos, tirou a camisola e exibiu o seu físico para as bancadas, o que lhe custou um cartão amarelo. “Foi um jogo sofrido e que isto nos sirva de lição. No futebol nunca nada está decidido. Mas é justo termos passado a eliminatór­ia e estamos contentes por estarmos nas meias-finais. O penálti? Não entendo os protestos, se o não fosse marcado o Lucas fazia golo. Foi derrubado por trás”, referiu CR7 no final, admitindo que estava tranquilo pois “sabia que o penálti era decisivo”.

CR7 marcou o seu 11.º golo consecutiv­o na Champions e o 15.º na presente edição da competição no dia em que completou 150 jogos na prova milionária. Já o Real Madrid apurou-se pela oitava vez consecutiv­a para as meias-finais da Liga dos Campeões, prova que já venceu 12 vezes, incluindo as duas últimas.

“Sofremos e cometemos erros, Retificámo­s ao intervalo com as entradas de Asensio e Lucas Vázquez (para os lugares de Bale e Casemiro) a darem mais profundida­de ao nosso jogo. No conjunto das duas mãos fomos uns justos vencedores. Em relação ao penálti, disseram-me que foi bem marcado e o Cristiano nunca falha”, referiu Zidane.

Igualmente nas meias-finais está o Bayern de Munique. Apesar do empate a zero na receção ao Sevilha, valeu aos já campeões alemães o 2-1 alcançado na semana passada em Espanha para garantir a sexta meia-final da Champions nas últimas sete épocas. Os feitos da Roma e do Liverpool Além de Real Madrid e Bayern Munique, equipas mais habituadas a estar nesta fase adiantada da Liga dos Campeões, as meias-finais da prova milionária (o sorteio é amanhã) vão contar ainda com a Roma e o Liverpool, que eliminaram an- Ronaldo festejou o golo que valeu o apuramento do Real Madrid sem camisola. O lance que originou o penálti aconteceu numa falta de Benatia sobre Lucas Vázquez. Buffon perdeu a cabeça, atirou-se ao árbitro e foi imediatame­nte expulso teontem o Barcelona e o Manchester City, respetivam­ente.

A Roma tornou-se a 12.ª equipa a conseguir virar um resultado desfavoráv­el em três na Taça/Liga dos Campeões – a última tinha sido o Dep. Coruña, em 2004, que venceu o AC Milan por 4-0 depois de ter perdido por 4-1 em San Siro.

Os romanos voltam a marcar presença numa semifinal 34 anos depois, após a sensaciona­l vitória sobre os blaugrana por 3-0 (tinham perdido por 4-1 na primeira mão).

Na época 1983-84 chegaram à final da então denominada Taça dos Campeões Europeus (numa equipa onde atuavam os brasileiro­s Falcão e Toninho Cerezo e o italiano Bruno Conti), disputada no seu estádio, mas perderam para o Liverpool.

O jogo terminou empatado a um golo, mas os ingleses ganharam no desempate por grandes penalidade­s (4-2). A AS Roma, que venceu três vezes o campeonato italiano (1941-42, 1982-83 e 2000-01), tem um único título europeu – a já extinta Taça das Cidades com Feiras, na temporada 1960-61.

Já o Liverpool, apesar de deter cinco Ligas/Taças dos Campeões (1976-77, 1977-78, 1980-81, 1983-84 e 2004-05), não chegava às meias-finais da prova há dez anos. Na temporada 2007-08, então treinados por Rafael Benítez, os ingleses acabaram por ser afastados pelo Chelsea – perderam por 4-3 em Stamford Bridge e empataram a um golo em Anfield Road.

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