Diário de Notícias

O Festival da Eurovisão renasce em Lisboa

- BEGOÑA ÍÑIGUEZ CORRESP. DA RÁDIO CADENA COPE E DO JORNAL LA VOZ DE GALICIA

Apouco mais de duas semanas da chegada a Lisboa das 43 delegações participan­tes no Festival da Eurovisão de 2018, e quando faltam 22 dias para a inauguraçã­o oficial, do dia 6 de maio, no MAAT, 24 para a primeira semifinal e um mês para a gala final de dia 12 de maio no Altice Arena, os seus organizado­res ultimam com muita ilusão, muitos nervos, e muito trabalho ainda por fazer, a logística e os detalhes da edição que pode ser uma reviravolt­a na história deste festival e o fazer renascer das suas cinzas. A vitória de Salvador Sobral no ano passado com uma canção intimista, pouco festivalei­ra, de excelente narrativa e qualidade, composta pela sua irmã Luísa, marcou um antes e um depois no Festival da Eurovisão. É por isso que os organizado­res da edição de Lisboa querem aproveitar a boleia facilitada pela dupla Luísa e Salvador, em Kiev, com Amar pelos Dois, para introduzir uma série de mudanças nas semifinais, na final e no visual do evento, encher de narrativa e beleza as galas, ao mais puro estilo português, mostrando ao mundo o que de melhor se faz na terra de Camões.

É bom lembrar que nas últimas duas décadas as contínuas mudanças e a inclusão de mais países participan­tes de diferentes continente­s fizeram que a Eurovisão tenha abandonado a sua essência inicial de premiar a narrativa e a beleza da melhor canção apresentad­a em cada edição anual em favor do espetáculo. Enquanto a Eurovisão mudava drasticame­nte ano após ano, o interesse do grande público europeu mudava também, deixando para trás audiências de milhões, quando toda a família assistia com expectativ­a à participaç­ão do representa­nte do seu país.

Depois de visitar há dias o grande cordão de segurança operativo, montado após o período da Páscoa, na zona do Parque das Nações, em Lisboa, para participar num encontro com os organizado­res do evento, no Pavilhão de Portugal, que será a sede do festival, com vários colegas da Associação da Imprensa Estrangeir­a que aqui reside e que presido, tenho a certeza de que algo grande e de excelência vai acontecer em Lisboa, entre 6 e 12 de maio. E não falo só de números, mas também da mudança de estilo do festival e do espírito da Eurovisão.

Portugal estará presente do início ao fim das galas, nos concertos das fadistas Mariza e Ana Moura, na originalid­ade de haver quatro mulheres a apresentar e nos próprios vídeos promociona­is dos 44 países participan­tes que, como confirma João Nuno Nogueira, produtor executivo da edição lisboeta, têm sido gravados em 44 locais, de norte a sul do continente e ilhas. Por exemplo, os representa­ntes espanhóis, Alfred e Amaia, vencedores da edição espanhola da Operação Triunfo 2018 e que estão entre os dez favoritos, segundo as casas de apostas internacio­nais, gravaram na ilha de São Miguel, nos Açores, e os franceses em Viana do Castelo, no norte. “É uma maneira ótima de promover o nosso país, o que de melhor temos, e locais desconheci­dos dos roteiros turísticos habituais”, afirmou. Nuno Nogueira disse ainda que há “900 pessoas a trabalhar na logística do evento e 400 voluntário­s que já estão prontos para colaborar no que for preciso”.

Além dos milhares de turistas que estarão em Lisboa em maio, são esperados mais 40 mil, de 29 de abril a 12 de maio, fãs e público estrangeir­o que vêm à capital portuguesa para assistir aos espetáculo­s. Destes, mais de 15 mil são espanhóis. Espanha é o país estrangeir­o que mais bilhetes comprou para as semifinais e a final, quatro mil jornalista­s vêm de fora e há ainda o staff das 43 delegações participan­tes.

Ganhe quem ganhar a edição de 2018 da Eurovisão, Lisboa está no topo dos roteiros turísticos de qualidade e saberá aproveitar a oportunida­de da Eurovisão para receber e acolher da melhor maneira um festival que será visto por 200 milhões de espectador­es. E a imagem será a de um Portugal moderno, com personalid­ade própria.

Festival será visto por 200 milhões de espectador­es. E a imagem a transmitir será a de um Portugal moderno, com personalid­ade própria

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