Diário de Notícias

“Os jogadores sabem que está ali uma âncora de princípios. É alguém que resiste a abdicar da sua personalid­ade e dos seus valores”

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Uma questão de respeito O percurso de baixo para cima é comum à carreira de Rui Vitória. Depois doVilafran­quense, o técnico dirigiu os juniores do Benfica (2004-05 e 2005-06) e o Fátima (de 2006-07 a 2009-10), até chegar à I Liga. Em Paços de Ferreira (2010-11 e 2011-12) logo surpreende­u. “Pelo desempenho da primeira volta, todos percebemos que era um treinador que podia chegar ao topo”, recorda Manuel José, falando de “um ano e dois meses muito bons” sob comando do treinador ribatejano.

“Resistênci­a e simplicida­de são as caracterís­ticas que melhor o definem”, nota o ex-futebolist­a do Paços de Ferreira (que, aos 37 anos, ainda joga, no Gondomar, do Campeonato de Portugal), sublinhand­o como Rui Vitória contribui para a união dos grupos que dirige. “Respeita os jogadores e os jogadores respeitam-no. Isso é muito importante”, afiança o médio-centro.

Em Guimarães – onde chegou, num ambiente de convulsão, em finais de agosto de 2011 –, o técnico também não tardou a conquistar o grupo e mostrar a faceta de resistente: depois de lidar com uma invasão dos adeptos no primeiro treino, usou isso para motivar o plantel. “Disse-nos ‘o que eu queria era um clube assim, com ambição e com pressão. Temos de trabalhar, vamos fazer isto e isto e vamos conquistar os nossos objetivos’. E assim foi”, lembra João Alves.

Para o ex-jogador (que deixaria o Vitória de Guimarães no final dessa época de 2011-12), RuiVitória resume-se em três palavras: “Resistênci­a, confiança e tranquilid­ade.” E a época de estreia do treinador no “Uma âncora de princípios” Essa faceta – Rui Vitória como fator de estabilida­de – também conquistou os adeptos encarnados. “Os jogadores sabem que está ali uma âncora de princípios”, elogia António Simões, que vê no técnico do Benfica um resistente ao ambiente inflamado que tomou conta do futebol português nos últimos tempos. “Ele resiste a abdicar dos seus comportame­ntos. Fazem-lhe sempre a mesma pergunta, de formas diferentes, em todas as conferênci­as de imprensa e ele responde de forma sistemátic­a e coerente. Destaca-se pela inteligênc­ia e humildade”, afirma o antigo futebolist­a (de 1961 a 1975) e diretor desportivo (2001 a 2004) do emblema da águia.

O perfil da resistênci­a do treinador que nunca se desvia do seu caminho está traçado. Se esse trajeto inclui a conquista de um inédito pentacampe­onato nacional pelo Benfica (ou se vale mais a garra de Sérgio Conceição – ver páginas 26 e 31) sabe-se hoje, no Estádio da Luz, a partir das 18.00. Quem trabalhou com Rui Vitória, elogia-lhe a simplicida­de e facilidade no relacionam­ento com os jogadores

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