Diário de Notícias

Eles querem cantar como se fossem chineses. E competem para lá chegar

44 portuguese­s, um croata e uma ucraniana competem hoje em Lisboa para saber quem interpreta­rá melhor uma canção em chinês. O motivo? É preciso descobrir a história de cada um deles. O DN conheceu alguns

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Carlos Silva e a mulher Isabel, Miguel Rodrigues, Ana Claro, Helena Mesquita, Bruno Judas, Tânia Santos e Ivor Sebalj são alguns dos concorrent­es

MARIANA PEREIRA Se viu um português entrar numa loja ou restaurant­e chineses e falar (ou tentar falar) mandarim, pode bem ter-se cruzado com a Tânia, o Miguel ou uma das restantes 46 pessoas que hoje participam no 3.º Concurso de Canções Chinesas Interpreta­das por Não Nativos, no Centro Científico e Cultural de Macau, em Lisboa.

Encontramo-nos com um grupo de oito pessoas, peças de um mosaico tão heterogéne­o que nele cabem trabalhado­res de empresas com acionistas chineses, uma estudante de Medicina Tradiciona­l Chinesa, uma investigad­ora que estuda a presença chinesa em Portugal ou um engenheiro retirado que viu toda a família embarcar na aventura da língua chinesa a cantar. Quando se juntam para a fotografia, é-lhes pedido que cantem qualquer coisa. Carlos Silva, o tal engenheiro, e hoje maestro do coro Molihua, sugere a canção que deu nome ao coro, e que em português significa Flor de Jasmim. Ao seu lado está a mulher, Isabel, que como ele cantará no concurso de hoje, bem como a sua filha e a sua neta de 7 anos. A assistir a Mo li Hua cantada por todos está a professora Wang Suoying, a responsáve­l por tudo isto.

“Todos os anos, quando encerrávam­os o ano letivo, fazíamos uma festa, e cantava-se sempre. Essa tradição começou em 1992. Antigament­e era na Delegação Económica e Comercial de Macau, depois passámos para aqui”, recorda a professora. Foi então que, há três anos, apareceu o concurso, que se abriu a alunos de fora. Vêm de Lisboa, Aveiro, Barcelos, ou Gouveia.

Entre os critérios estão a pronúncia, a musicalida­de e a interpreta­ção. Para a professora, cantar é uma ferramenta muito útil para a aprendizag­em, até porque “cantar em chinês é mais fácil do que ler”. A presidir ao júri – todo ele composto por chineses – está o seu marido, também ele professor, Lu Yanbin. Chegaram a Lisboa vindos de Ma-

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