Mais 200 cientistas para investigação na indústria farmacêutica
António Costa quer 60% dos jovens com 20 anos no ensino superior até 2030
A equipa de investigação da Bial vai ser ampliada. Atualmente com um grupo de 104 investigadores, o grupo farmacêutico português pretende duplicar este número, contratando novos cientistas. Ao longo deste ano e do próximo, 25 novos investigadores vão ser recrutados. O anúncio foi feito na inauguração da ampliação do centro de I&D da Bial, que contou com a presença de António Costa.
O primeiro-ministro salientou a importância do investimento na investigação e inovação. Áreas que irão, naturalmente, beneficiar do aumento do número de alunos com formação superior. E Costa tem uma meta definida: passar de 40% para 60% de jovens com 20 anos a frequentar o ensino superior até 2030. Para o primeiro-ministro, o esforço da inovação tem de ser “transversal e contínuo”, desde a universalização do pré-escolar até à transferência do conhecimento para o mercado através das empresas. “A melhor forma de transferir conhecimento para as empresas é através do emprego científico e da empregabilidade dos que são formados nos centros de produção e conhecimento”, frisou.
Explicando o projeto da Bial neste capítulo, António Portela, presidente executivo, salientou que as contratações se prendem com o desenvolvimento de novos projetos, permitindo manter o crescimento de dois dígitos na faturação. No ano passado, a receita desta farmacêutica portuguesa aumentou 17%, para 270 milhões de euros.
Após um investimento de cinco milhões nas obras de renovação e ampliação do centro da empresa, na Trofa, António Portela garantiu que no reforço previsto da equipa de investigação pretende-se contratar, em grande parte, cientistas portugueses. “Cada vez mais sentimos que os investigadores portugueses têm mais formação e mais peso e esperamos com isto ter capacidade para ir buscar alguns dos nossos melhores que estão fora e trazê-los para cá.”
O CEO da Bial frisou que este crescimento será também acompanhado de uma expansão da empresa a nível industrial, prevendo-se um investimento de 12 milhões de euros. A grande aposta é nas áreas das neurociências e do sistema cardiovascular .
De acordo com António Portela, o crescimento da empresa vai assentar na expansão nos mercados externos, face ao crescimento diminuto do mercado português. Assim, a tendência será reforçar a vertente exportadora da farmacêutica, que já responde por 70% da faturação (contra 30% em 2010). Os mercados de Espanha, EUA, Alemanha destacam-se nas exportações da Bial.