O rap em português está cada vez mais no YouTube e em novos dispositivos de armazenamento
of Millions to Hold Us Back. 1988, Fight the Power...Live!, 1989.), N.W.A ou Niggers With Attitude (Straight Outta Compton, 1989), KRS-One (Criminal Minded, 1987. By all Means Necessary, 1988).
O brasileiro Gabriel, o Pensador foi outra influência. “Porque ele, à época, lhes mostrou que era possível rappar em português. Não só em português, como em línguas originárias como o crioulo, como sucedeu os casos de Boss AC e Cupid, Family, DjoekVarela, TWA, Nigga Poison, Chullage, entre outros.”
Em 1994 foi lançado o álbum Rapublica, que compilava o trabalho de vários coletivos. As bandas podem ter desaparecido, mas “alguns ainda hoje se encontram ligados ao mundo cultural e musical, como os casos de Boss AC, D-Mars (dos então Zona Dread), Ace (dos então Mind da Gap), Lince (dos então New Tribe), NBC (dos então Filhos de 1 Deus Menor), Karlon (dos então Nigga Poison), TWA, Chullage. O que explica que não tenham resistido à passagem dos anos? Explica Soraia Simões que o rap, nos primeiros anos, se tornou “um produto daquilo que censurou: o modus operandi das indústrias musicais e de publicação e do contexto social e económico em questão”. Eram tempos em que o estúdio ainda não tinha chegado ao computador. “A dependência de toda a cadeia – gravação, promoção, difusão, aceitação – era mais notória que hoje.”
O rap em português está “cada vez mais no YouTube e em novos dispositivos de armazenamento, que criam dinâmicas distintas de produção e de receção, como o iTunes, o bandcamp, etc. E enche cada vez mais salas e festivais”. O que explica o Meo Arena cheio para ouvir Kendrick Lamar, em 2016. LINA SANTOS