Um penálti mantém leões longe do Braga e perto do Benfica
Leões presos por arames conseguem contornar um Boavista que mostrou falta de ambição e justificou os maus resultados longe do Bessa. Penálti de Bas Dost resolveu na primeira parte
Um golo bastou para o Sporting encerrar com um triunfo uma incrível série de jogos complicados, mantendo-se assim na luta pelo segundo posto, que pode dar acesso à Liga dos Campeões, e espreitando ainda um eventual cataclismo a norte para sonhar também com o título. Depois do exigente encontro de quarta-feira frente ao FC Porto, a equipa leonina conseguiu contornar um adversário que se limitou a batalhar muito mas sem cabeça: o Boavista saiu de Alvalade sem criar uma única oportunidade clara durante os 90 minutos. Acabou punido por uma mão de Robson, que permitiu a Bas Dost transformar o pontapé de penálti que se revelou decisivo.
Para este jogo, Jorge Jesus pediu mais um esforço ao seu onze de gala disponível: Piccini, que saiu lesionado do jogo da Taça, ficou de fora, cabendo a Ristovski cumprir a função no lado direito da defesa; e ainda sem William, continuou Battaglia na posição 6, com Bryan Ruiz no apoio. Do outro lado, Jorge Simão, ao leme de uma equipa que entrou em campo sem conseguir marcar fora ou pontuar há seis jogos – e percebeu-se porquê –, teve de prescindir de Sparagna (entrou Rossi para central) e David Simão.
Começou melhor a equipa da casa, pecando, como é costume, na definição dos lances perto da área. O Boavista ainda ganhou dois cantos nos 12 minutos iniciais, mas rapidamente se dedicou à função de cortar os espaços junto da sua área. Mesmo sem apertar muito o ritmo, a equipa leonina começou a aproximar-se da baliza de Vagner. Bruno Fernandes obrigou o brasileiro a ceder um canto e, aos 22 minutos, pediu uma grande penalidade por mão de Robson após mais um cruzamento seu. Fábio Veríssimo deixou seguir o lance, obrigando Bryan Ruiz a fazer uma falta para travar a rápida transição dos visitantes, pelo que o costa-riquenho viu um amarelo que veio a revelar-se desnecessário: alertado pelo VAR, o árbitro foi consultar o lance e assinalou o castigo máximo. Bas Dost não falhou (26’).
O holandês esteve perto de bisar nove minutos volvidos, depois de isolado por um cabeceamento de Bruno Fernandes. Aliás, a falta de lucidez perante a baliza axadrezada seria uma constante até ao intervalo: ou falhava o último passe ou o remate saía para a zona de Vagner, como sucedeu com Ristovski e Gelson Martins. Defender bem Restava saber quanto tempo aguentaria o Sporting por cima no jogo. Mathieu já nem regressou para a segunda parte, entrando Petrovic para fazer dupla com Coates e o sérvio acabaria por estar à altura dos acontecimentos. Começou melhor o leão, com Gelson a surgir mais vezes em posição central, procurando chegar a um segundo golo que nunca surgiria, muito por culpa de Vagner, que com um punhado de boas defesas adiou a “morte” da sua equipa no jogo. A partir dos 60 minutos, a gasolina começou a faltar e a equipa preocupou-se mais em defender a magra vantagem do que conseguira com alguma felicidade. Do outro lado, o Boavista continuava a ser uma equipa inofensiva assim que chegava ao último terço do campo. E exceção a um remate do meio da rua de Talocha, que passou sobre a trave, nunca incomodou Rui Patrício – que só entrava no jogo para colocar bolas na cabeça de Bas Dost.
Apesar do nervosismo das bancadas – os adeptos perceberam que a força ia naturalmente faltando –, o Sporting levou sempre o jogo para onde lhe interessava, impondo mais um zero na sua baliza em Alvalade – já são 14 seguidos em provas nacionais. Acuña ficou sem pilhas e teve de sair, mas nos minutos finais o Sporting ainda podia ter marcado. Bruno Fernandes, isolado, já não teve discernimento para tomar a opção certa e o 1-0 seria o justo resultado final.