Presidentes da Coreia do Sul e da Coreia do Norte vão reunir-se na sexta-feira em Panmunjom
Militares sul-coreanos desligam altifalantes se sabia ainda à hora do fecho desta edição se era recíproca por parte do regime norte-coreano.
O que a Coreia do Norte fez foi anunciar que suspendeu os seus testes nucleares, a contar do passado sábado dia 21. Mais uma decisão encarada como um gesto de boa vontade tendo em vista a cimeira desta sexta-feira. Esta será a terceira cimeira intercoreana (a primeira foi em 2000 e a segunda realizou-se em 2007). Mas a primeira de Kim Jong-un, que se tornou presidente da Coreia do Norte em dezembro de 2011, após a morte do pai, Kim Jong-il.
“A decisão da Coreia do Norte representa um passo significativo para a desnuclearização da Península Coreana”, reagiu a presidência da Coreia do Sul, num comunicado divulgado no fim de semana. Os presidentes das duas Coreias poderiam falar em breve através do chamado “telefone vermelho”, que foi entretanto criado.
Kim Jong-un e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, vão reunir-se na manhã de sexta-feira (ter em conta a diferença de mais oito horas do que em Lisboa) na Casa da Paz em Panmunjom. Esta cidade fica no coração da chamada zona desmilitarizada. Segundo o diretor de comunicação da presidência sul-coreana, Kwun Hyuk-ki, citado pela agência Bloomberg, os dois líderes irão jantar à noite.
O presidente sul-coreano tem insistido na necessidade de se chegar a um tratado de paz que encerre oficialmente a Guerra da Coreia. “O armistício que se arrasta há 65 anos deve acabar”, disse Moon Jae-in aos jornalistas, acrescentando: “Devemos procurar a assinatura de um tratado de paz depois da declaração do fim da guerra.”
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já disse que as duas Coreias têm a sua bênção para fazerem a paz. Trump é suposto encontrar-se também com Kim Jong-un numa cimeira, possivelmente em maio. Reunião seria histórica até pelo nível de acusações que ambos trocaram num passado recente a propósito do programa nuclear do regime de Pyongyang. No domingo, Trump veio pôr água na fervura: “Estamos longe de uma solução para a Coreia do Norte. Talvez as coisas resultem. Ou talvez não. O tempo dirá. Mas este trabalho já devia ter sido feito.”