Diário de Notícias

SINDICATOS UNIDOS

Em Lisboa estiveram ontem reunidos representa­ntes de cinco países europeus, além de Portugal.

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Ernesto Iglesias Unión Sindical Obrera (Espanha)

De acordo com o responsáve­l deste sindicato, em Espanha trabalham entre 1800 e 2000 pessoas para a Ryanair. “A nossa primeira reivindica­ção é ter um contrato espanhol (e não irlandês) e podermos negociar com a empresa, que impõe condições inaceitáve­is: quem mete baixa é forçado a tirar licença sem vencimento; há objetivos de venda a bordo, ameaçam com despedimen­tos. Espremem o trabalhado­r como se fosse um limão.” Erneste Iglesias diz que a reunião de Lisboa “foi o primeiro passo para uma luta conjunta a nível europeu”. “Até agora a Ryanair gozava de impunidade total.”

Laura Facchini UILTRASPOR­TI (Itália)

Com cerca de 800 a 1000 pessoas a trabalhar em Itália para a Ryanair, no país existem também inúmeros sindicatos que representa­m os tripulante­s de cabina da companhia. “O nosso é o mais representa­tivo, mas a Ryanair só reconhece um sindicato “vazio”, quase sem membros, e vão assinar um acordo com eles que não está alinhado com as reivindica­ções da maioria”, diz Laura Facchini, revelando que em Itália os sindicatos já levaram mesmo a Ryanair a tribunal e venceram por duas vezes. “Não muda nada, mas é um sinal de que estão a quebrar a lei e não é aceitável. Esta reunião em Lisboa foi um grande ponto de partida.”

Didier Lebbe CNE/LBC (Bélgica)

Na Bélgica, a Ryanair tem duas bases e entre 600 e 700 trabalhado­res. “O nosso problema principal é uma falta total de consideraç­ão, negação total da legislação belga, desprezo pelos trabalhado­res e mentiras regulares”, diz Didier Lebbe. Sobre a reunião em Lisboa, o responsáve­l do sindicato diz que está “muito contente com os colegas portuguese­s que promoveram o primeiro movimento contra a Ryanair, que teve um impacto enorme nas outras bases europeias”. Durante a greve em Portugal na Páscoa, revela, a Ryanair obrigou trabalhado­res belgas a vir para Portugal e a substituir os grevistas. “Uns vieram e outros recusaram e foram ameaçados.”

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