Diário de Notícias

CR7. O inimigo n.º 1 do Bayern quer mais um recorde de Di Stéfano

Português do Real Madrid tem pé quente nos duelos com os alemães. Ronaldo já marcou nove golos em seis jogos ao campeão alemão e pode hoje bater mais dois recordes

- ISAURA ALMEIDA

O Bayern Munique defronta hoje (19.45, RTP1) o Real Madrid pela 25.ª vez, a sétima nas meias-finais da Liga dos Campeões. E no duelo mais frequente do futebol europeu, há um nome que salta à vista: Cristiano Ronaldo! O português tem sido um verdadeiro cabo das tormentas para os bávaros. Na memória dos alemães ainda estão certamente os cinco golos que eliminaram o Bayern nos quartos-de-final da Champions do ano passado. O capitão da seleção nacional pode orgulhar-se de ser o jogador que mais golos marcou ao histórico emblema de Munique nas provas da UEFA – nove em seis jogos.

Hoje, no jogo em que os merengues procuram a 150.ª vitória na Champions, Ronaldo pode igualar ou bater mais um recorde do mítico Di Stéfano. CR7 tem dez golos em meias-finais da Champions, menos um do que a lenda madrilena (11).

O duelo entre Ronaldo e o Bayern começou em 2012. Nesse ano, o Real Madrid seria eliminado nessa meia-final, apesar da vitória (2-1) na segunda mão, com um bis de CR7 (ver tabela). Depois disso, os merengues ainda eliminaram os bávaros por duas vezes no caminho para mais dois títulos europeus. No duelo da época passada, o Bayern inaugurou o marcador na primeira mão, porVidal, que à beira do intervalo falhou um penálti e viu Ronaldo bisar para a reviravolt­a (2-1). No Santiago Bernabéu, Lewandowsk­i pôs o Bayern na frente, mas o inevitável Ronaldo restabelec­eu a igualdade aos 76 minutos, até que um autogolo de Sergio Ramos levou o jogo para prolongame­nto. Aí, Ronaldo marcou mais dois golos e Asensio selou o resultado em 4-2.

Desde que o sorteio ditou a sorte dos semifinali­stas que os alemães têm tentado desdramati­zar um novo encontro com CR7. Boateng, por exemplo, gosta de o enfrentar por ser “o avançado mais completo” do mundo, apesar de ser “difícil defender quando ele está em campo”. Para Kimmich só se pode parar Ronaldo defendendo em bloco: “Ele é uma máquina de marcar golos, com um registo inacreditá­vel. Temos de fazer que ele não aumente o seu recorde.”

O treinador do Bayern, Jupp Heynckes, garante que CR7 não terá atenção especial e colocou mesmo Lewandovsk­i ao nível do português: “Respeito Cristiano Ronaldo, tem uma carreira única. Mas nós temos Robert Lewandovsk­i. Poder-me-iam perguntar o mesmo sobre ele. Ele marcou 39 golos em partidas oficiais. Quem pode pará-lo?”

Têm a palavra os merengues, sendo que o avançado polaco prometeu ontem “aproveitar cada erro do Real para marcar”. Eficácia e velocidade aos 33 anos Os números ajudam a explicar porque Ronaldo se mantém no topo aos 33 anos. Com 22 golos marcados nos últimos 12 jogos, o avançado português já não sabe o que é ficar em branco num jogo. Este ano tornou-se mesmo o primeiro jogador a marcar em todos os jogos da fase de grupos da Champions, num total de nove golos. Para além disso, também faturou nas duas partidas dos oitavos e dos quartos-de-final, consolidan­do o estatuto de melhor goleador da prova com 15 golos – está a dois do melhor registo, 17 golos em 2013-14 –, uma marca ao alcance, tendo em conta que marca há 11 jogos seguidos na prova.

Segundo os dados estatístic­os da UEFA, o português precisou apenas 60 minutos para marcar cada um dos 15 golos, uma eficácia de 81%, que o colocam no topo dos goleadores das provas europeias. Mas há uma estatístic­a que CR7 já não domina. O extremo já não é o mais rápido em campo, embora tenha registado uns impression­antes 31 km/ /hora, mais veloz do que Lewandovsk­i (29 km/h), mas menos que Dzeko (32 km/h) e Salah (32 km/h).

Segundo a imprensa espanhola, Cristiano Ronaldo tem tirado o pé de acelerador a pedido de Zidane. O jornal El Confidenci­al noticiou ontem que o técnico francês deu indicações para CR7 deixar de fazer sprints longos, superiores a 10/12 metros, deixando essas corridas para Lucas Vázquez, Asensio e Isco.

Um assunto que não mereceu ontem a atenção de Zidane, que nas quatro eliminatór­ias enquanto jogador do Real Madrid e treinador nunca foi eliminado pelo Bayern. “Nós não vamos estar cheios de medo. Isso não existe: nós gostamos de jogar estes jogos”, avisou o francês, que já conta com Sergio Ramos: “É o nosso capitão e líder. É muito importante para nós. Quando Sergio está, é melhor para a equipa.”

Para Zidane não há favoritism­os. Pois se por um lado o Real é campeão em título, o Bayern não perde em casa há 21 jogos. Além de que nos duelos entre ambos, nas meias-finais, a vantagem é dos germânicos (quatro contra dois). Na opinião de Rummenigge, “se há uma equipa capaz de derrotar o Real é o Bayern e Jupp Heynckes”, treinador que chegou sempre à final da Champions e conquistou duas, uma pelo Real (1998) e outra pelo Bayern (2013).

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