Diário de Notícias

Novas regras para os gestores da banca dispensam CV

É reforçada a responsabi­lidade dos bancos na escolha dos administra­dores. Banco de Portugal passa a decidir mais depressa

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O Banco de Portugal está a preparar mudanças nas regras de avaliação de adequação e idoneidade de candidatos a órgãos sociais de bancos. Por enquanto e até dia 15 de maio, o supervisor financeiro está a recolher comentário­s sobre as mudanças propostas.

Carlos Costa passa a dispensar a apresentaç­ão de um curriculum vitae (CV) dos candidatos. Segundo o Banco de Portugal, o objetivo é ultrapassa­r “as dificuldad­es que se têm sentido decorrente­s da existência de contradiçõ­es e imprecisõe­s entre a informação prestada neste documento e no questionár­io” que os candidatos têm de entregar ao supervisor.

Outro objetivo é acelerar o processo de análise de candidatos por parte do Banco de Portugal. No caso da avaliação do conselho de administra­ção do Haitong, antigo BES Investimen­to, Carlos Costa deu o seu aval em janeiro de 2018, um ano depois de o anterior mandato ter terminado.

Com as novas regras, também é reforçada a responsabi­lidade dos bancos em relação à informação que é prestada por membros dos seus órgãos sociais ou candidatos. A legislação aplicável ao setor já coloca a responsabi­lidade sobre avaliação de idoneidade e adequação aos próprios bancos e só depois ao supervisor. Agora, um representa­nte do banco passa a ter de assinar a informação enviada ao Banco de Portugal e não apenas o candidato.

A avaliação de adequação e idoneidade (fit & proper em inglês) é obrigatóri­a e nenhum membro de órgão social na banca pode iniciar funções sem o aval do supervisor. No caso dos bancos de maior dimensão, como a Caixa Geral de Depósitos, a autorizaçã­o a dar cabe ao Banco Central Europeu. Para os de menor dimensão, como a Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), a responsabi­lidade cabe ao Banco de Portugal. Casos recentes envolvem António Mexia, que já não consta da lista para os órgãos sociais do Millennium BCP, e Rui Cartaxo, que já não integra os órgãos sociais do Novo Banco. Na CEMG, caíram os nomes propostos para chairman e presidente executivo do banco. E.T.

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