Diário de Notícias

Nazaré. A surfar a onda verde do concelho

A Nazaré é procurada sobretudo pela praia e, mais recentemen­te, pelas ondas gigantes. Mas é difícil imaginar a vila sem a envolvente verde da Mata do Valado, que é zona protegida sob a alçada do Instituto Nacional de Conservaçã­o da Natureza e Florestas. N

- MIGUEL MIDÕES

A Nazaré é, atualmente, mais conhecida pelas suas ondas gigantes. Mas o que seria a Nazaré sem a mancha verde que a envolve e que preenche o concelho? Apesar de os trágicos incêndios de 15 de outubro do ano passado terem andado por perto, não ardeu qualquer hectare neste município. A Mata Nacional doValado escapou, por isso é preciso adotar medidas de prevenção e educar para manter esta floresta verde, tal como está.

Só no ano passado, a Câmara Municipal da Nazaré limpou mais de 20 quilómetro­s de caminhos florestais. Neste ano, a atenção está voltada para a serra da Pescaria, “que não foi assolada pelos incêndios mas onde a qualquer momento pode haver um foco”, sublinha o vereador do Ambiente e da Proteção Civil, Orlando Rodrigues. A limpeza destes caminhos municipais rurais mantém-se “de forma a que as viaturas, em caso de incêndio, tenham acesso a esses caminhos”, assegura aquele responsáve­l.

Esta mensagem de prevenção e educação por uma floresta verde é complement­ada com a necessidad­e de autoproteç­ão: “É importante limpar as áreas para proteção própria dos seus bens, mas da sua própria vida.” A mensagem é transmitid­a pela autarquia, mas também pela ANPC – Autoridade Nacional de Proteção Civil.

Projetos como o Prevenir e Educar por Uma Floresta Verde, desenvolvi­do pela Tranquilid­ade, em parceria com o DN, o JN e a TSF, são “ouro verde” para a educação, sobretudo dos mais novos. “É importante sensibiliz­ar os mais jovens para a necessidad­e de prevenir. É uma mais-valia em termos económicos para o país, mas também em termos ambientais. É uma maisvalia para todos”, diz Orlando Rodrigues.

A autarquia tem realizado algumas ações com as escolas, entre outras entidades, e contado também com a colaboraçã­o do Gabinete Técnico-Florestal, GTF. A última ação teve que ver com a limpeza dos espaços na envolvente das habitações. “Correu bem, mas as pessoas ainda têm dúvidas, nomeadamen­te acerca dos prazos”, lembrou o vereador.

O Prevenir e Educar por Uma Floresta Verde esteve na Escola Escola Básica e Secundária Amadeu Gaudêncio durante dois dias, a trabalhar com os alunos, através da experiênci­a de serem repórteres da floresta por um dia à volta de temas como a prevenção de incêndios florestais, o ordenament­o florestal e a limpeza das florestas.

Um projeto “interessan­te porque embora esta zona não tenha sido muito tocada pelos incêndios, que começaram a norte do concelho, a educação para a prevenção dos incêndios é um assunto que mexe com os alunos”, explica o diretor da escola, João Magueta. O tema já era trabalhado nas aulas de Educação Cívica, através de várias ações de sensibiliz­ação, com o apoio de entidades como os bombeiros voluntário­s.

João Estrelinha é o comandante dos Bombeiros Voluntário­s da Nazaré, que sublinha a importânci­a de manter o pouco verde que ficou na região, depois dos incêndios de 15 de outubro. “Somos tão poucos para preservar aquilo que é bom. O município da Nazaré é pouco verde, mas felizmente ficou ileso. É lamentável o que aconteceu no ano passado para todos nós e para a natureza.”

A Mata do Valado, na Nazaré, manteve-se intacta, porque o vento soprou em direção contrária. É no cimo do monte de São Brás que a GNR tem uma das suas torres de vigia e é também aqui que, em parceria com os bombeiros, vigilantes atentos detetam possíveis focos de incêndio. “Já começámos numa zona mais problemáti­ca a fazer as limpezas necessária­s e enquadrada­s na lei. No ano passado reforçámos a vigilância com estudantes, com uma verba da autarquia, sobretudo no mês de agosto, que é o mais problemáti­co”, refere. Este projeto de vigilância conta com o apoio dos escuteiros do concelho.

A ação de limpeza no espaço envolvente às habitações correu bem, mas as pessoas ainda têm muitas dúvidas. A Mata do Valado manteve-se intacta porque o vento soprou em direção contrária. No monte de São Brás, a GNR tem torres de vigia

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