Líder de Madrid sobreviveu a mestrado falso mas não a furto
Cristina Cifuentes, ex-estrela em ascensão do PP, demite-se da presidência do governo madrileno após difusão de um vídeo de 2011
ESPANHA A presidente da Comunidade de Madrid, Cristina Cifuentes, demitiu-se ontem, denunciando uma “campanha de acosso e demolição” que durava há mais de um mês e que “deixou de ser política para converter-se em pessoal”. A demissão surge depois de ter sido divulgado um vídeo de 2011 que mostra a então vice-presidente da Assembleia de Madrid a ser apanhada por um segurança a furtar dois cremes de um supermercado. Foi a gota de água para o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, que tinha defendido a estrela em ascensão do Partido Popular (PP) na polémica sobre o seu falso mestrado.
“Ela fez o que devia fazer”, disse Rajoy, depois do anúncio da demissão. Os problemas de Cifuentes, de 54 anos, começaram quando o jornal digital eldiario.es (esquerda) a acusou de ter obtido um mestrado em Direito Público de forma fraudulenta na Universidade Rei Juan Carlo. A presidente da Comunidade de Madrid recusou demitir-se, apesar de ter renunciado ao mestrado, contando então com o apoio do primeiro-ministro. Agora, o jornal digital Okdiario (direita) revelou o vídeo comprometedor. Cifuentes confirmou a autenticidade das imagens, assegurando que o alegado furto foi um “erro” e um “ato involuntário” e que pagou os produtos cosméticos, no valor de 40 euros, depois de ser confrontada. Revelou ainda que foi alvo de extorsão por causa disso e que denunciou à polícia.
A presidência de Madrid é assumida de forma interina pelo seu número dois, Ángel Garrido, e será marcada uma nova sessão de investidura, no prazo máximo de 22 dias. Novas eleições só em 2019.