Diário de Notícias

Sharapova. A ex-número um que tarda em reerguer-se

Um ano após o regresso da suspensão de 15 meses, a russa tem desiludido (quatro derrotas seguidas) e vai ficar fora do top 50

- NUNO FERNANDES

Maria Sharapova, 31 anos, continua sem encontrar o caminho do sucesso quando se cumpre precisamen­te um ano desde que voltou aos courts, após um castigo de 15 meses por ter acusado positivo num controlo antidoping. Nesta semana, a russa foi eliminada logo na primeira ronda do torneio de Estugarda e na próxima atualizaçã­o do ranking deverá ficar fora do top 50 mundial (atualmente é 42.ª).

Várias vezes número um do mundo (a primeira em agosto de 2005), vencedora de cinco Grand Slams (Open da Austrália, duas vezes Roland-Garros, Wimbledon e Open dos Estados Unidos) e durante anos a tenista mais bem paga do circuito mundial, muito à custa de milionário­s contratos de patrocínio e publicidad­e, Sharapova parece sem argumentos para voltar ao seu nível e ao top 5 do ranking WTA, posto que ocupava antes de ser suspensa por ter acusado positivo a meldonium após o Open da Austrália em 2016.

Faz precisamen­te hoje um ano que a russa voltou a competir depois de cumprir o castigo de 15 meses. E prometeu muito logo no primeiro torneio que disputou, atingindo as meias-finais em Estugarda, o mesmo em que nesta semana caiu logo na primeira ronda. Mas a verdade é só a espaços conseguiu exibir-se a um nível alto. Depois do torneio alemão em 2017, não recebeu um convite para estar em Roland-Garros, foi eliminada na segunda ronda em Madrid e no Torneio de Roma uma lesão obrigou-a a retirar-se, falhando a presença em Wimbledon.

Voltou a mostrar a sua melhor versão em agosto do ano passado, no Open dos Estados Unidos, ao derrotar a número dois mundial, Simona Halep, mas ficou-se pelos oitavos-de-final da prova, a mesma fase em que caiu no torneio de Pequim. Em outubro voltou a levantar um troféu, dois anos depois de ter ganho o aberto de Itália, ao vencer o torneio de Tianjin, na China, batendo na final a bielorruss­a Aryna Sabalenka – foi o 36.º troféu individual da carreira. Mas fechou 2017 com uma derrota logo na primeira ronda em Moscovo e no 59.º lugar do rankingWTA.

Neste ano a russa continua sem conseguir atingir o sucesso e os triunfos que conquistar­a antes da suspensão de 15 meses. Depois de ter atingido as meias-finais em Shenzhen e ser eliminada na terceira ronda do Open da Austrália diante de Angelique Kerber, Sharapova caiu sempre na primeira ronda dos torneios em que participou, primeiro em Doha, depois em Indian Wells e já nesta semana em Estugarda, sem argumentos para se impor a Caroline Garcia.

Foi a quarta derrota consecutiv­a da tenista russa, algo que só lhe tinha acontecido uma única vez em toda a carreira. Questionad­a sobre as justificaç­ões que encontra para esta demora em regressar ao seu melhor nível, Sharapova desculpou-se com o corpo. “Não tenho jogado muitos torneios. É sempre melhor quando estás a jogar e a ganhá-los, mas eu precisava de deixar o meu corpo descansar. É uma situação complicada para mim, mas tenho de aprender a ouvir melhor o meu corpo. Eu quero muito ganhar todos os torneios em que participo, mas claro que a prioridade­s são os grandes eventos”, respondeu.

A tenista russa deixou de trabalhar com Sven Groneveld (seu treinador nos últimos quatro anos) após a eliminação em IndianWell­s. Desde então tem sido orientada por Thomas Hogstedt, curiosamen­te ao lado de quem conquistou o seu primeiro título em RolandGarr­os, em 2012.

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Sharapova venceu cinco torneios do Grand Slam na sua carreira

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