A visão de Abril pelo traço de um arquiteto do SAAL
Dois rostos e as cores da bandeira portuguesa dominam o quinto cartaz da coleção que o DN está a oferecer aos leitores na compra dos jornais de sábado e domingo, celebrando o 25 de Abril de 1974.
O artista do cartaz que amanhã será distribuído gratuitamente com o Diário de Notícias é Francisco Pires Keil do Amaral, mais conhecido como Pitum Keil do Amaral, filho da pintora e ilustradora portuguesa Maria Keil do Amaral e do arquiteto Francisco Keil do Amaral. A ilustração acabou por não ser uma vertente muito explorada ao longo da sua carreira, tendo seguido mais firmemente as pegadas do pai, formando-se em Arquitetura na Escola de Belas-Artes de Lisboa, em 1961.
Quando assina o cartaz que amanha encontrará dentro do Diário de Notícias, o penúltimo da coleção Cartazes de Abril – Armas da Liberdade, Amaral (assim assina o trabalho em 1975) era coordenador de uma equipa do Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL), do Fundo de Fomento da Habitação, para a recuperação de bairros degradados no concelho de Loures, funções que desempenhou até 1976.
Além de ter trabalhado na renovação de outros bairros pelo país, integrou também a equipa que em 1978 estudou o plano de salvaguarda de Castelo Mendo, atualmente uma das aldeias históricas de Portugal.
Seguiu-se um período de seis anos em que foi cooperante em Moçambique e, no regresso, voltou a dedicar-se às questões da habitação, primeiro em Loures e depois em Nelas.
Fora do percurso profissional, participou como ator em Kilas, o Mau da Fita (1980) e Os Cornos de Cronos (1991), dirigido em ambos pelo realizador José Fonseca e Costa. Antes, no verão de 1969 e no verão de 1970, ao lado dos artistas Lourdes Castro e René Bertholo, participou na fotonovela O Amor Que Purifica.
Na área da ilustração, destaque para os trabalhos que criou para os livros Uma Mão Cheia de Nada Outra de Coisa Nenhuma, de Irene Lisboa, e Aqui Havia Uma Casa, de Ilse Losa.
Além do cartaz que amanhã será distribuído com o DN, a coleção fica completa, no domingo, com a oferta de um outro da pintoraVieira da Silva.