Diário de Notícias

Planos dos militares para fogos, cheias e terramotos

Diretiva estratégic­a das Forças Armadas prevê que a segurança dos eventos militares passa a ser feita pelas polícias

-

PROTEÇÃO CIVIL As Forças Armadas (FA) vão criar “planos de contingênc­ia conjuntos” para intervir em incêndios, cheias, terramotos, acidentes industriai­s graves e surtos epidémicos, apoiando a Autoridade Nacional de Proteção Civil. Ao mesmo tempo, a segurança dos eventos militares passa a ser feita pelas forças de segurança.

Estas medidas constam da inédita diretiva estratégic­a aprovada pelo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), almirante Silva Ribeiro. O documento, ontem divulgado, consagra nove “objetivos estratégic­os” a atingir até 2021. Para “otimizar o apoio das FA a emergência­s civis”, o EMGFA e os ramos vão “desenvolve­r doutrina conjunta e implementa­r o modelo de apoio militar a entidades civis” – sendo prioritári­os os processos relativos aos incêndios. Outra medida passa por “reforçar os sistemas de informação e comunicaçõ­es de apoio à decisão no âmbito do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais”, aproveitan­do especifica­mente o trabalho desenvolvi­do nos centros meteorológ­icos (Marinha, Força Aérea) e de informação geoespacia­l (Exército).

Ainda em matéria de relacionam­ento com as autoridade­s civis, a diretiva – que cria um “órgão para a Inovação e Transforma­ção”, responsáve­l por desenvolve­r a capacidade de gestão estratégic­a e de gestão de projetos no EMGFA – assume a necessidad­e de “aprofundar a cooperação operaciona­l” com os sistemas de Segurança Interna e de Informaçõe­s. Uma primeira medida nesse campo passa por colocar as polícias a garantir a segurança nos eventos das FA, assim como realizar “ações de formação conjunta” e promover a “partilha de informaçõe­s”. Evitar “a duplicação de estruturas e de recursos humanos” na Saúde Militar entre os ramos, ter doutoramen­tos em Ciências Militares e estudar “a eventual criação da carreira de docente militar”, reforçar a cooperação entre o hospital militar e o SNS, desenvolve­r ou atualizar planos de contingênc­ia para apoio a emigrantes, são outras linhas de ação.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal