Professores de música preocupados com falta de vigilantes para provas de aferição
IAVE admite falta de docentes com formação para a vigilância mas promete recorrer a docentes do 1. º ciclo, secundário e conservatórios. Associação de Educação Musical defende que estes não existem em número suficiente
A Associação Portuguesa de Educação Musical ( APEM) está preocupada com a logística das provas de aferição de música do 5. º ano, que serão realizadas por cerca de 90 mil alunos, considerando que não existem no país professores suficientes para assegurar a vigilância destes testes, que vão decorrer entre os dias 21 e 30 de maio. O calendário de provas arranca já na quarta- feira para os alunos do 2. º ano.
O Instituto de Avaliação Educativa ( IAVE), responsável pelas provas, afirma que, no caso da música, a situação está a ser acautelada, admitindo recorrer a docentes do secundário e dos conservatórios. Mas a associação não fica convencida com estas garantias. “No 5. º ano, são precisos três professores para cada prova: um para a aplicar e dois para registar, observar. São os chamados professores classificadores”, explica ao DN Manuela Encarnação, presidente da APEM. “Onde é que estão os professores para, de 21 a 30, estarem em todas as turmas a fazerem as provas?”
O IAVE admite dificuldades a este nível mas desvaloriza a questão: “A situação relativa à operacionalização da prova de Educação Musical não é significativamente distinta da de outras provas que integraram e integram o elenco de provas de aferição”, defende este organismo ao DN. “Observa- se que em escolas de reduzida dimensão nem sempre é fácil compor bolsas de professores classificadores que respondam às necessidades, principalmente quando é requerida a presença de dois professores na constituição das equipas que procedem à classificação das provas”, admite.
No entanto, acrescenta, “esta matéria, bem como as outras relativas à operacionalização da aplicação das provas de avaliação externa, tem vindo a ser acompanhada com proximidade pelos vários serviços e organismos envolvidos” , designadamente o Júri Nacional de Exames, o IAVE e a Direção- Geral dos Estabelecimentos Escolares ( DGEstE). “Muito particularmente o JNE, através das suas estruturas regionais”, explica. Recurso aos conservatórios A solução, diz o IAVE, passará pelo recurso a professores de outros níveis de escolaridade. “Para as provas em apreço estão a ser criadas as condições que assegurarão a normalidade da sua aplicação e classificação, designadamente pela mobilização de professores de dife- ção Visual e Tecnológica, cujas provas serão feitas pelos alunos do 5. º ano nas mesmas datas. “Estamos nesta situação de haver um a dois professores de Música na grande maioria dos agrupamentos. No caso de Educação Visual e Tecnológica já há mais”, garante.
As provas do 5. º ano precisam de três professores na sala, um dos quais o titular da turma e os restantes docentes com formação musical porque, explica, “são provas práticas e é preciso haver uma observação direta” da prestação dos alunos.
As provas de aferição de Expressões do 2. º ano, que se repetem, terão também dois professores na sala neste ano, sendo que Manuela Encarnação recorda que, no ano passado, estas tinham critérios “que não eram nada acessíveis a professores que não tivessem formação na área”. A APEM fez recentemente um inquérito aos seus associados sobre a realização das provas, sendo que apenas cerca de um terço se mostrou favorável.