Diário de Notícias

Sennek faz música nos intervalos do trabalho na IKEA

A intérprete belga tem uma canção que tanto lembra James Bond como Salvador Sobral. Vai cantar Matter of Time

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Chama a atenção quando se lê o currículo da cantora belga Sennek. Ela faz música mas também trabalha a imagem da IKEA. “A música é a minha paixão, a minha vida, e sinto- me feliz por poder combiná- la com o meu outro trabalho, mas esse faço por dinheiro”, diz a artista e autora da canção Matter of Time.

O que faz? Organizar os móveis, criar ambientes para a marca de mobiliário sueco. “Adoro ser criativa e trabalhar com as minhas mãos”, conta, em entrevista ao DN, no final do primeiro dia de ensaios. Sennek, que hoje faz “outra vez 27 anos”, conta que “uso todas as férias e tempo livre para ir em digressão”.

Diz várias vezes “quero ser honesta comigo própria. Ser eu”. Ouvi- la é quase como rever de novo Salvador Sobral em Kiev. “Quando ele ganhou, pensei que podia haver um efeito Sobral, porque é uma canção linda. Se uma canção como esta, de qualidade, com emoção, que cantou tão bem, pode ganhar, pensei que o concurso de canções tinha voltado. Foi realmente importante para mim.”

Matter of Time tem uma vibração à James Bond, o que não é estranho, pois tem feito concertos com a banda sonora dos filmes de 007. A cantora classifica- a de trip hop. “É sobre a tensão entre saber que uma coisa vai partir e o momento em que parte, adoro esta tensão.”

Chegou a Lisboa no sábado e diz que o som é fantástico. Sobre o ensaio diz que esteve on point. “No ponto.” Em palco, usará um vestido com calças da autoria de uma lusodescen­dente, Veronique Branquinho. “Uma designer muito famosa na Bélgica, que ganhou prémios em Nova Iorque e Paris. Adoro a moda belga. Fiz uma lista com os nomes das pessoas com quem queria trabalhar e o dela era o primeiro.”

O que também ressalta da conversa com Sennek é que ela não quer ser demasiado feminina nem masculina. Di- lo sobre o vestido que vai usar no espetáculo, mas também sobre o seu nome artístico que deriva do original, Laura Groeseneke­n. “Eu gosto de ser feminina, mas também acho que uma mulher deve ser igual a um homem e gosto de o combinar, explorar os contrastes.”

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