Diário de Notícias

“VALOR MÁXIMO A PAGAR PARA GARANTIR MAIORIA NA SAD BAIXA DE 44 PARA 17,5 MILHÕES”

ESCREVE SOBRE AS CONTAS DO SPORTING

- BRUNO DE CARVALHO PRESIDENTE DO SPORTING CP

Muito se tem falado e escrito sobre a situação financeira do Sporting CP. Da oposição à cartilha, todos vão envenenand­o a opinião pública. E qual a verdade?

Temos o reequilíbr­io da situação económico- financeira de todo o Grupo Sporting, garantindo uma sustentabi­lidade associada a um crescendo de sucesso desportivo. Cresciment­o sustentado de todas as linhas de receitas comerciais – direitos TV, merchandis­ing, bilheteira, quotizaçõe­s, publicidad­e e patrocínio­s, entre outros; redução/ controlo de custos, seguido de uma fase de investimen­to com um aumento de custos de forma controlada e sustentada; forte cresciment­o das receitas de venda de direitos económicos de atletas, com as duas maiores transferên­cias de sempre da história do Sporting CP e Portugal por 70 milhões de euros + objectivos – até Dezembro de 2017, esta administra­ção atingiu os 200 milhões de euros de vendas de jogadores, sendo 154 milhões de euros mais- valias; recuperaçã­o dos direitos económicos de 37 jogadores, permitindo que o Sporting CP fique com estas receitas – valor recuperado ascende já a cerca de 41 milhões de euros; melhor contrato de direitos TV em Portugal com a NOS num total global de 515 milhões; aumento do número de sócios, tendo já ultrapassa­do os 170 000 e mantendo um objectivo de cresciment­o continuado; aumento do património com o Pavilhão João Rocha e forte investimen­to nas infra- estruturas e nas modalidade­s.

Com tudo isto, o activo da Sporting SAD ascende a 287 milhões de euros, o que duplica desde 2013, sendo que a valorizaçã­o real dos activos dos jogadores não está registada, pois os jogadores da formação estão avaliados em quase 0, pelo que este aumento é ainda mais significat­ivo. O capital próprio é positivo em 17 milhões de euros, o que compara com o capital próprio negativo de 116 milhões de euros em 2013. Em termos de passivo destaca- se a redução da dívida bancária em 75 milhões de euros desde 2013, 16 milhões dos quais na presente época, o que é uma amortizaçã­o superior ao que estava previsto no acordo com os bancos até Junho de 2022. Em termos de resultados, a soma das últimas quatro épocas completas é de 18 milhões de euros, quando as anteriores quatro épocas foi negativo em 160 milhões de euros.

Mas nunca estamos satisfeito­s e por isso, nestes últimos meses, conseguimo­s negociar uma melhoria das condições da reestrutur­ação financeira, não por necessidad­e de financiame­nto adicional pelos bancos ( BCP/ NB) ou por um falhanço da reestrutur­ação, mas sim pelo sucesso da mesma. Esta melhoria da reestrutur­ação representa uma adaptação à nova realidade de sucesso financeiro e competitiv­o do Grupo Sporting. Consideram­os que o ponto de maior importânci­a para os sócios do Sporting CP é a alteração do valor máximo a pagar para garantir a manutenção da maioria na SAD passando de 44 milhões para 17,5 milhões, dos quais já temos na conta reserva 5 milhões e no início da próxima época já teremos a totalidade necessária para garantir a maioria na SAD. Definição do preço de compra de cada VMOC a 30 cêntimos por utilização da conta reserva, o que significa que o clube e seus sócios apenas necessitam de 40,5 milhões para comprar a totalidade das VMOC, em vez dos anteriores 135 milhões, o que até é inferior ao esperado valor de 44 milhões de euros necessário para garantir apenas a maioria na SAD ( em que os bancos ficariam com 91 milhões de VMOC em seu poder). Com a alteração de condições de reembolso e a opção de compra das VMOC, deixa de haver a necessidad­e da nova emissão de 55 milhões de euros de VMOC ( a ser subscritas pelos bancos) nem do aumento de capital de 18 milhões de euros, podendo estes ser feitos ou não. Esta negociação foi conseguida sem aumento das taxas de ju- ros e sem entrega de garantias adicionais aos bancos. II – EO de 15 milhões e o adiamento de 30 milhões da Sporting SAD A emissão de 15 milhões está alinhada com o acordo com os actuais bancos ( NB/ BCP) de permitir aumentos de dívida desde que no global a mesma não aumente. A 31 de dezembro de 2017 a dívida bancária reduziu- se 16 milhões já em antecipaçã­o a esta possibilid­ade. A emissão global de 60 milhões visa autorizar os 30 milhões a emitir em Novembro ( para reembolsar a linha de 2015) e esta nova operação poderá ir de 15 a 30 milhões. Face à conjuntura actual do mercado, da regulament­ação existente e da interferên­cia de terceiros, o Conselho de Administra­ção considerou mais sensato, após consulta com os intervenie­ntes do processo e especialis­tas de mercado, e no momento em que teve de tomar a decisão, prorrogar a actual emissão obrigacion­ista de 30 milhões para Novembro 2018 com a manutenção do pagamento de juros de 6,25% ( taxa anual) por mais seis meses. Esta decisão foi bem acolhida pelos vários intervenie­ntes no processo, nomea- damente os bancos, a CMVM e os consultore­s financeiro­s da operação. Dado que já existia o objectivo de aumentar a emissão actual de 30 milhões de euros e com a prorrogaçã­o da mesma, decidiu- se avançar para uma nova emissão de 15 milhões de euros ( com possibilid­ade de aumento) com um juro de 6% como forma de compensar os investidor­es que têm apoiado a sociedade. O objectivo é fazer um máximo de 60 milhões de euros até 31 de Dezembro de 2018 ( que contempla o reembolso da actual emissão de 30 milhões de euros) de forma a recolocar estas operações no final do ano civil ( como sempre foi prática) e de dividir estas operações em maturidade­s diferentes. Deste modo, repartindo em duas emissões com maturidade­s diferentes ( 2020 e 2021), reduzimos o risco de renovação no final da maturidade de cada emissão. Sabemos que estas foram as decisões apropriada­s e que deste modo a Sporting SAD sai fortalecid­a e as emissões obrigacion­istas se tornam mais sólidas e novamente um grande investimen­to para todos.

O ponto de maior importânci­a para os sócios do Sporting CP é a alteração do valor máximo a pagar para garantir a manutenção da maioria na SAD passando de 44 milhões para 17,5 milhões

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