Diário de Notícias

Pequim ganha um aliado, Taipé não cede à pressão

República Dominicana troca Taiwan pela China. Taipé acusa Pequim de aliciar aliados com promessas que não cumpre

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Os governos da República Dominicana e da República Popular da China anunciaram em Pequim o estabeleci­mento de relações diplomátic­as, pelo que Santo Domingo cortou laços com Taiwan (ou República da China). “O governo da República Dominicana reconhece que existe só uma China no mundo e que Taiwan faz parte inalienáve­l do território chinês”, disse o consultor jurídico do governo dominicano, Flavio Darío Espinal.

O ministro dos Negócios Estrangeir­os de Taiwan, Joseph Wu, afirmou que o país das Caraíbas rompeu com Taipé em troca da promessa de três mil milhões de dólares (2,5 mil milhões de euros) de empréstimo­s por parte de Pequim. E acusou a China de não ter cumprido a palavra quando estabelece­u relações com a Costa Rica. O acordo previa mil milhões de dólares para a construção de uma refinaria e 400 milhões para estradas.

Os dirigentes da ilha Formosa também respondera­m com o corte diplomátic­o, “para preservar a soberania e a dignidade nacional” e com o fim imediato de todos os projetos de cooperação. Nas últimas semanas Taiwan entregou à República Dominicana ajudas no valor de 29 milhões de euros.

Esta rutura soma-se às da Costa Rica, São Tomé e Príncipe e Panamá, pelo que agora Taiwan só é reconhecid­o por 19 Estados. Em 1971, a ONU reconheceu a República Popular da China como a representa­nte chinesa na organizaçã­o e a partir desse momento o reconhecim­ento internacio­nal de Taipé foi decrescend­o. Washington não mantém relações oficiais, mas é um dos principais aliados dos chineses da Formosa. Na Europa, a Santa Sé é o único Estado que tem relações diplomátic­as com Taipé.

“O governo não cederá à pressão de Pequim, e fará tudo o que é possível para salvaguard­ar os interesses da nação, defender a soberania e a dignidade da República da China e trabalhar com amigos da comunidade internacio­nal para garantir a paz e a estabilida­de regionais”, respondeu a presidênci­a de Taiwan. C.A.

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