Diário de Notícias

Fibrogloba­l terá de devolver 3,1 milhões ao Estado

TELECOMUNI­CAÇÕES Anacom considerou ter havido sobrefinan­ciamento à rede e impôs ainda redução de preços na oferta grossista

-

A Fibrogloba­l poderá ter de devolver 3,1 milhões de euros de fundos europeus após a Anacom (Autoridade Nacional de Comunicaçõ­es) ter concluído pela existência de sobrefinan­ciamento nos contratos celebrados com a empresa relativos às zonas centro e Açores. A empresa terá ainda de baixar entre 30% e 66% o preço da oferta grossista aos operadores de telecomuni­cações, determinou a Anacom.

“A Fibrogloba­l irá analisar a posição do regulador e, em conformida­de com as conclusões que daí resultarem, não deixará de tomar as iniciativa­s que se revelarem adequadas relativame­nte a estes assuntos”, diz Carlos Oliveira, diretor comercial da Fibrogloba­l, à Lusa.

A decisão da Anacom resulta da análise dos contratos das redes de alta velocidade rurais, nos termos dos quais “a atribuição de financiame­nto público configura um sobrefinan­ciamento caso o lucro decorrente da exploração da rede de alta velocidade seja superior à média registada no setor”. Situação em que estará a Fibrogloba­l. O mesmo não decorreu da análise dos contratos celebrados pelas redes DST-N e DST-A&A, relativos às zonas norte e Alentejo e Algarve. O regulador “propõe ao Estado português que remeta os resultados desta avaliação às autoridade­s de gestão dos fundos comunitári­os usados no financiame­nto das redes, para que sejam devolvidos a essas entidades os montantes de sobrefinan­ciamento apurados”. Ou seja, 3,1 milhões.

A Anacom também determinou que a Fibrogloba­l terá de reduzir entre 30% e 66%, em média e consoante o tipo de acesso, o preço da oferta grossista “por forma a garantir a sua manutenção em níveis razoáveis e não discrimina­tórios”, proporcion­ando “uma maior utilização dessas ofertas por parte de outros operadores retalhista­s para além da Meo”. A Fibrogloba­l é há muito origem de um braço-de-ferro entre a PT, a NOS e a Vodafone. Miguel Almeida, CEO da NOS, acusou recentemen­te a PTde, através de uma participad­a, usar em benefício próprio uma rede que recebeu 30 milhões de investimen­to público. O dossiê Fibrogloba­l também está sob análise da Autoridade da Concorrênc­ia. ANA MARCELA

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal