Diário de Notícias

Ministro anuncia novos incentivos à exportação

Regime dos seguros de crédito à exportação para mercados fora dos países da OCDE está a ser revisto

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INTERNACIO­NALIZAR O Estado quer ajudar mais as empresas, que tanto têm “puxado pela economia e pelo emprego”, no esforço de exportação. O ministro adjunto Pedro Siza Vieira disse, quarta-feira, no encerramen­to da sessão de apresentaç­ão da 2.ª edição dos Prémios Millennium Horizontes, que “o governo está a trabalhar no sentido de rever o regime dos seguros de crédito à exportação com garantia de Estado para mercados fora da OCDE”, colocando as empresas portuguesa­s em igualdade com as de outros países. Está, também, a preparar uma linha de crédito Capitaliza­r Exportaçõe­s, “no valor de 1600 milhões de euros”, anunciou.

O ministro considera essencial que também o “lado público” apoie as empresas, que tanto têm “puxado pela economia e pelo emprego”, no seu esforço de internacio­nalização e inovação, pois esse é o “segredo” do sucesso de muitas empresas.

Desde 2016, lembrou, o governo tem dado um “impulso” aos sistemas de incentivo empresaria­is no quadro do Portugal 2020, apoiando, através deste programa, “mais de quatro mil milhões de euros de investimen­to empresaria­l”. Agora, quer, no âmbito da proposta de reprograma­ção de incentivos que discute, dentro de dias, em Bruxelas, destinar ao setor empresaria­l verbas “não alocadas noutros programas”.

A economia do país atravessa um “bom momento” e as perspetiva­s no horizonte também são “positivas”, mas é preciso continuar a investir para que seja um “cresciment­o sustentado”, explicou Pedro SizaVieira. Uma das facetas que não pode ser descurada, considera, é a qualificaç­ão dos recursos humanos. A esse propósito, referiu, Portugal chegou a acordo, há poucas semanas, na União Europeia, para lançar um “projeto-piloto focado na qualificaç­ão de ativos e reforço dos desafios da inovação digital”, que permite trazer uma verba de 240 milhões de euros.

Um futuro próspero, considera Pedro Siza Vieira, “passa por apostar na inovação e qualificaç­ão de recursos para apoiar o esforço de internacio­nalização”. É, portanto, preciso que as empresas tenham “acesso a recursos humanos qualificad­os, que já podem constrange­r alguns setores” da economia, alertou. Outro ponto é o reforço dos “capitais próprios das empresas”, disse, lembrando que tem sido criado um “quadro fiscal de apoio” com “medidas inéditas”.

No seu discurso, o ministro sublinhou, por diversas vezes, o bom momento que a economia portuguesa atravessa. O país tem crescido acima da zona euro e “acumula saldos positivos na balança de bens e serviços”. “As exportaçõe­s passaram de 28% do produto interno bruto (PIB) em 2008 para 42 % em 2017”, exemplific­ou. Esta dinâmica tem levado ao cresciment­o do emprego, salientou. “Em março de 2017, o desemprego situava-se na casa dos 7,4 %”, apontou.

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