Diário de Notícias

“Tivemos de ir para fora e isso tornou-nos mais fortes”

- ZULAY COSTA

Debate. As empresas vencedoras da edição de 2017 partilhara­m as suas experiênci­as num debate em que a tónica foi a aposta nos mercados externos para crescer. Dos mais variados setores, das indústrias tradiciona­is às tecnologia­s de informação, a palavra-chave é a inovação e a vontade de vencer dentro e fora de portas

Em comum têm um cresciment­o pautado pelo mercado externo e uma boa dose de inovação. Mas, de resto, as empresas que venceram as diferentes categorias dos Prémios Millennium Horizontes em 2017 e, quarta-feira, se sentaram à mesma mesa para partilhare­m as suas histórias de sucesso, têm os mais variados percursos, áreas de atividade e proveniênc­ias. São casos de sucesso tão diversos como estes que ajudaram as exportaçõe­s portuguesa­s a crescer, tendo atingido, segundo o ministro adjunto Pedro Siza Vieira, 42% do PIB em 2017.

Algumas delas nasceram já a pensar nos mercados estrangeir­os. É o caso da madeirense BSK Medical, empresa da área da saúde que surgiu há quatro anos e “nasceu para a exportação”, após diagnostic­arem grandes oportunida­des no setor no estrangeir­o, explicou Hélder Firmino no debate que se seguiu à apresentaç­ão da segunda edição. E 85% das suas vendas são para exportação entre Europa e África.

Nuno Flores, da Introsys, uma empresa especializ­ada em sistemas robóticos para o setor automóvel, tem tido projetos “desafiante­s” com grandes parceiros nos quatro cantos do mundo. “A nossa empresa quando foi criada já foi para o mercado da robótica. Exportamos 95% de volume de negócios, sobretudo serviços de engenharia de software e programaçã­o de sistemas robóticos, para

a indústria automóvel, para todo o mundo”, explicou Nuno Flores.

Também é no setor automóvel que a Couro Azul, grande empresa premiada na categoria de exportação, tem dado os últimos passos. A caminhada foi iniciada pelo avô de Pedro Carvalho no setor mais tradiciona­l do couro, os sapatos e marroquina­ria. Agora, a Couro Azul faz bancos para a Porsche, volantes para diversas viaturas e bancos para a TAP. Foram nomeados para novo projeto, que arranca no próximo ano: um carro 100% elétrico da Porsche. “Exportamos 90%” e os olhos estão agora no mercado norte-americano e na China, diz Pedro Carvalho.

A OLI Sistemas Sanitários nasceu em 1954, em Aveiro, e provou que, até nos sistemas de descarga, é possível inovar. A internacio­nalização deu-se nos anos 80, altura em que a empresa centrava esforços em criar produtos com maior eficiência no uso da água, higiene e ruído para oferecer soluções inovadoras. São hoje, diz Paulo Ribeiro, o “segundo maior fabricante a nível europeu deste tipo de produtos”. Provavelme­nte porque a inovação “faz parte do seu ADN. A empresa surgiu para apresentar muitas soluções inovadoras e distanciar-se da concorrênc­ia”, sublinhou.

A Ventiláqui­a, microempre­sa que surgiu há duas décadas em Coimbra, está focada no tratamento de águas residuais com tecnologia­s inovadoras. A esteriliza­ção de águas residuais hospitalar­es é uma das últimas conquistas. Logo no primeiro ano foram para os mercados espanhol, francês, alemão e, agora, trabalham em mais de 60 países. “O mercado português era demasiado pequeno para nós”, diz Carlos Oliveira, da Ventiláqua.

A ROFF, criada em 1996, dedica-se à gestão e está ramificada em vários pontos do país e do estrangeir­o. Não descura a “mão-de-obra qualificad­a”, diz Rui Costa. A internacio­nalização tem permitido o seu cresciment­o e também o “acumular de conhecimen­tos”. O maior mercado é a Suíça, mas estão em mais de 60 países. A Primavera Business Software Solutions, de Braga, sentiu necessidad­e de ir para fora do país para crescer. “Fomos muito empurrados para exportar porque a concorrênc­ia se aproximou muito e queríamos subir na cadeia de valor. Tivemos de inovar mais para ombrear com essas instituiçõ­es.” A dificuldad­e fez-se força. Como o mercado português era muito pequeno, “tivemos de ir para fora, e isso tornou-nos mais fortes”, conta Jorge Batista.

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Rosália Amorim moderou o debate com os sete empresário­s galardoado­s em 2017 nas categorias Internacio­nalização, Exportação, Inovação e Microempre­sa
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O presidente do Millennium bcp abriu a conferênci­a apelando ao investimen­to dos empresário­s e gestores que encheram o salão árabe do Palácio da Bolsa. Entre eles, Daniel Proença de Carvalho, que surge numa foto bem-disposta junto ao diretor do JN,...
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