“Encarar livre acesso como oportunidade”
Os dados da ACSS mostram uma grande concentração das escolhas dos doentes para consultas de especialidades nos grandes hospitais de Lisboa e Porto. A lei do livre acesso coloca uma grande pressão sobre essas unidades? Os hospitais públicos têm vindo a aumentar o seu desempenho assistencial, em resposta ao crescimento da procura que se tem registado no SNS. Esta é uma realidade transversal a todo o país, que assume especial relevo nos grandes hospitais de Lisboa e Porto, que são os mais procurados, mas que também são aqueles que têm maior flexibilidade para ajustar a sua resposta a essa procura por parte dos cidadãos. De qualquer das formas, parece-nos importante que todos os hospitais possam encarar este princípio de livre acesso como uma oportunidade para continuarem a aumentar a qualidade e a eficiência das suas respostas. Tendo por base esses tempos de espera, continuamos a ter consultas com prazos muito acima do recomendado. A liberdade de escolha ajudou a melhorar a situação em especialidades mais críticas? Os tempos de resposta para as consultas externas têm vindo a melhorar de forma consistente a nível nacional na maioria das especialidades, como são o caso da oncologia, da otorrinolaringologia, da gastroenterologia, da cirurgia geral, da medicina interna, da reumatologia, entre outras. Há ainda hospitais e especialidades onde os tempos de resposta têm de continuar a melhorar. O aumento de recursos humanos que se tem registado nos hospitais do SNS é um fator importante para essa melhoria, assim como são os vários instrumentos de gestão que estão disponíveis e que permitem aos hospitais ajustar a sua capacidade de resposta, com destaque para os pagamentos acrescidos aos profissionais que façam atividade adicional dentro do SNS, para a criação dos centros de responsabilidade integrados (CRI), para as transferências de consultas entre os hospitais do SNS e para os modelos inovadores de prestação de cuidados que estão associados à TeleSaúde e às respostas na comunidade.