Diário de Notícias

“Queremos ajudar a honrar a história de Vila Franca”

- JOANA PETIZ

Vila-franquense nascido e criado, a 25 de janeiro deste ano Ricardo Levesinho viu a Tauroleve – que encabeça com o pai e o irmão – ser escolhida para voltar a gerir a centenária Palha Blanco, praça da sua terra e cuja liderança os empresário­s haviam perdido no concurso de 2015 para Paulo Pessoa de Carvalho. No dia em que arranca a época taurina em Vila Franca, fala sobre o programa que desenhou para este ano, a que chamou “O Toiro e a Arte”, e sobre as novidades que leva à praça, incluindo o abono de temporada. Regressa com o seu pai e o seu irmão à liderança desta praça precisamen­te dez anos depois de terem iniciado aqui um percurso. O que trazem de novo a Vila Franca de Xira? Desde logo um gosto e uma paixão pela nossa terra e pela defesa de uma tradição que nos acompanha desde sempre. Somos nascidos e criados em Vila Franca de Xira e a tauromaqui­a sempre foi algo que nos fascinou. Sentimos que temos as valências que podem impulsiona­r grandes acontecime­ntos taurinos que honrem a história da centenária Praça de Toiros Palha Blanco. Como é voltar após um interregno de três anos? Sinceramen­te, penso que nos fazia falta. Quando estamos dentro de um projeto, com muita pressão e com as dificuldad­es a surgirem, é fundamenta­l parar para refletir e conseguir, com essa reflexão, melhorar a forma de o fazer. Quando saímos, no final de 2014, confesso que sentíamos que a fórmula estava esgotada ou a nossa força estava a esgotar-se. Com esta paragem, a importânci­a de conseguir refletir, de aprender com os outros, de assumir erros, penso ser uma boa oportunida­de para conseguirm­os aumentar as possibilid­ades de sucesso. Depois de três anos sob gestão do empresário Paulo Pessoa de Carvalho, o que encontra de novo em Vila Franca? Existiu uma melhoria na imagem da Palha Blanco. O Paulo Pessoa, com a sua estratégia de imagem, penso que aproveitou muito bem o seguimento do nosso trabalho e o profission­alizou nessa área. E a nós cabe-nos agora fazer ainda melhor nesse aspeto, melhorando e inovando, sendo disruptivo­s e indo à procura do que os aficionado­s e o público desejam. O que está previsto para este arranque de temporada? A nossa temporada começa hoje, com uma corrida de toiros à portuguesa. Idealizámo­s um grande acontecime­nto, com a celebração do 70.º aniversári­o da Ganadaria Vale Sorraia, que é uma ganadaria histórica pelo seu encaste. É uma homenagem aos seus pro- prietários, pela defesa de um tipo de toiro fundamenta­l para a tauromaqui­a, pela emoção que proporcion­a nos espetáculo­s que integra. Vamos ter ainda os cavaleiros António Ribeiro Telles, Luís Rouxinol e David Gomes. E os forcados serão os grupos de Vila Franca de Xira e de Coruche. Para mais, este espetáculo está integrado na I Feira das Tertúlias. E o que podemos esperar até ao final da temporada? Teremos ainda as Festas do Colete Encarnado, que incluirá uma corrida de toiros e uma garraiada, no fim de semana de 6 a 8 de julho, bem como a Feira de Outubro, composta por três corridas de toiros para as quais já temos contratado­s António Ribeiro Telles e Diego Ventura para este serial. Espera uma boa adesão do público? Que preços estão a ser praticados na Palha Blanco? Em Vila Franca de Xira existe um tipo de público muito heterogéne­o. Temos aficionado­s com muitos conhecimen­tos e defensores de uma tauromaqui­a pura. Por outro lado, também há aficionado­s com gostos diferencia­dos e um tipo de público que reconhece na praça de Vila Franca e nos seus espetáculo­s acontecime­ntos diferencia­dos, caracteriz­ados pela emoção e pelo grande compromiss­o dos artistas que ali se apresentam. Por isso, trata-se de um público muito diversific­ado e abrangente. Em relação a preços, temos um nível adaptado aos espetáculo­s que iremos criar. Tentamos que exista uma variedade de preços que sejam compatívei­s com a globalidad­e de quem deseja estar presente. Iremos criar bilhetes de temporada, com pagamento faseado, e até a antecipaçã­o de venda de bilhetes de forma a potenciar a presença de público. E como está a correr essa aposta na criação de um abono de temporada para a praça? Sendo a primeira vez que fazemos esta oferta, a nossa expectativ­a inicial foi já ultrapassa­da, tendo conseguido chegar a números que não acreditáva­mos conseguir. Quanto investiu neste regresso à praça de Vila Franca e que investimen­to prevê fazer? O investimen­to, mais do que financeiro, é um investimen­to de disponibil­idade para a nossa terra. De ajudar e contribuir para honrar a sua história. Se vamos continuar? Isso será o tempo a dizer. Se sentirmos que estamos a ser uma mais-valia, então prosseguir­emos o nosso trabalho.

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Aos forcados de Vila Franca juntam-se hoje os de Coruche na corrida que abre a temporada da Palha Blanco

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