Diário de Notícias

Sporting só não quis sofrer e foi feliz. E o FC Porto é campeão

Benfica esteve mais perto de vencer o duelo pelo segundo lugar mas acabou castigado pela sua ineficácia na primeira parte

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NUNO COELHO E pronto, habemus campeão. Com o nulo no dérbi entre Sporting e Benfica, o FC Porto entra hoje no Dragão com o título garantido, enquanto os seus rivais só saberão na última ronda qual deles disputará o acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões. Parte em vantagem, graças ao 1-1 da Luz, a equipa de Jesus, que tem todavia uma missão mais complicada com a deslocação à Madeira, enquanto os encarnados recebem o Moreirense e do terceiro posto já não baixam – os verde e brancos ainda podem ser apanhados pelo Sp. Braga. Ontem, os leões preferiram não sofrer um golo do que procurar a vitória a todo o custo e acabaram por ser felizes com a ineficácia demonstrad­a pelos homens de Rui Vitória em frente à baliza de Rui Patrício, homem do jogo, no primeiro tempo.

De entrada, os dois técnicos surpreende­ram. Jorge Jesus, já com Piccini, Mathieu e William de volta, optou por colocar Bryan Ruiz a titular no lugar habitualme­nte ocupado por Acuña. Do outro lado, Rui Vitória não teve o lesionado André Almeida (Douglas jogou na lateral direita) e preferiu dar mais solidez ao meio-campo, colocando Samaris ao lado de Fejsa e puxando Zivkovic para o meio, o que fez que Cervi iniciasse o encontro no banco, onde também estava Jonas de prevenção, ao fim de quatro jogos afastado dos relvados. Já Pizzi voltou ao passado e ao lado direito do ataque, sem grande proveito

Depois de um início atribulado devido ao lançamento de tochas por parte das claques do Sporting para o relvado e que interrompe­u o jogo quase três minutos, o Benfica entrou melhor perante um rival claramente nervoso e podia ter marcado bem cedo. Aos oito minutos, uma mudança rápida de flanco permitiu a Rafa passar que nem uma flecha por Piccini, desviando a bola de Rui Patrício com esta a bater caprichosa­mente no poste. Aos 15’, o Sporting respondeu num livre trabalhado em que ninguém conseguiu desviar. Dois arranques em falso Com as equipas encaixadas e as defesas muito subidas, o espaço para jogar era pouco e curto. Durante um bom período ninguém se conseguiu superioriz­ar, mas, com homens muito móveis na frente, o Benfica arrancou para um quarto de hora em que criou uma série de ocasiões de golo (Raúl, Douglas, Samaris, Pizzi...), até porque William quase não estava em jogo devido à vigilância apertada de Samaris e a equipa raramente se soltava com folga para o ataque. Valeu aos leões o acerto do seu guarda-redes, com um punhado de boas defesas – a melhor das quais respondend­o a Rafa, com a bola a tocar ainda no poste (38) – que evitaram o golo dos visitantes. Na resposta a equipa da casa mostrou um cabeceamen­to de Coentrão que saiu rente ao poste e um lance em que Bas Dost, depois de se isolar, optou por dar ao lado em vez de visar a baliza. Ao intervalo, o nulo era injusto para a formação encarnada, mais fulgurante a nível físico.

A segunda metade começou com nova interrupçã­o por questões técnicas, mas foi menos animada. O Sporting, com várias unidades estoiradas, optou por tentar conservar a bola e não dar os espaços que tanto jeito tinham dado ao Benfica no primeiro tempo, pelo que quase não se registaram oportunida­des durante este período. Mas, ainda assim, a melhor foi dos visitantes, num centro de Salvio que Jiménez desviou de carrinho. RuiVitória, sabendo que o nulo lhe servia de pouco, arriscou tudo nos últimos minutos, lançando Salvio e Jonas, mas não foi feliz. O 0-0 manteve-se e acabou por ser um castigo injusto para os seus homens. Mas, num jogo de muita entrega e pouca qualidade, o nulo não é um resultado absurdo – e os sportingui­stas acabaram mais contentes. Só falta o “pormenor” de ganhar ao Marítimo. › Uma arbitragem marcada por tomadas de decisão não assertivas, quer no plano técnico quer no plano disciplina­r. Uma atuação negativa por parte do videoárbit­ro ao deixar passar lances de grande penalidade e de cartões vermelhos – a Rúben Dias e Bruno Fernandes. PENÁLTI POR MARCAR (16’) › Rúben Dias agarra e puxa Mathieu no interior da área do Benfica, impedindo o central francês de se movimentar e jogar a bola. Uma infração passível de pontapé de penálti.

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