Diário de Notícias

Independen­tistas reunidos em Berlim propõem investidur­a por videoconfe­rência numa luta contra o prazo de dia 22

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mas como está em vigor o artigo 155.º da Constituiç­ão espanhola quem controla essa publicação é o governo central espanhol.

Mas os independen­tistas da Junts per Catalunya também parecem ter pensado nisso. Na reunião de ontem, que durou três horas, propuseram impulsiona­r no parlamento catalão uma comissão para “acabar com o 155”, garantindo “a recuperaçã­o das instituiçõ­es”.

Aplicado pela primeira vez depois do referendo ilegal de 4 de outubro sobre a independên­cia de uma república da Catalunha, o artigo 155.º da Constituiç­ão espanhola permitiu suspender a autonomia da Catalunha, devolvendo poderes sobre as instituiçõ­es catalãs ao governo de Madrid.

As consequent­es acusações contra vários dirigentes independen­tistas e a prisão de alguns, levou o ex-presidente da Generalita­t a refugiar-se, primeiro, na Bélgica, depois na Alemanha. Encontra-se desde inícios de abril em Berlim, à espera que a justiça alemã decida se o extradita ou não à luz de uma ordem de detenção europeia pedida por Espanha.

“Os separatist­as” apresentar­am uma reforma da lei que “é feita à medida de um foragido” porque sabem perfeitame­nte que essa nova lei não vai entrar em vigor, apresentam-na apenas para que a derrubem e para que haja mais conflito e vitimizaçã­o”, disse a líder do Ciudadanos na Catalunha, Inés Arrimadas.

Entre os independen­tistas parece não haver unanimidad­e. Esquerda Republican­a da Catalunha e PDeCAT preferem que se forme um governo e evite eleições, a Candidatur­a de Unidade Popular aposta na investidur­a de Puigdemont e exige que não se tenha medo da desobediên­cia.

Mas a Junts per Catalunya parece ter ficado animada com o resultado da consulta feita às bases pela Assembleia Nacional Catalã, que tem mais de 53 817 membros. 80% dos que votaram na consulta defenderam que deve haver nova tentativa para investir Puigdemont. Se tudo falhar e não houver governo no dia 22, haverá novas eleições (as últimas foram a 21 de dezembro).

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