Diário de Notícias

Apostas: um barómetro do que pode acontecer na grande final

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Israel é a favorita deste ano para as casas de apostas. Seguidores da Eurovisão acreditam que são apenas um indicador de tendências

Mal se conhecem as canções da Eurovisão, as casas de apostas começam a construir as possibilid­ades de cada uma delas vencer o concurso. Ordem que normalment­e começa a mudar quando se iniciam os primeiros ensaios. O que neste ano apenas aconteceu para os lugares entre o 2.º e o 5.º. Israel mantém-se no primeiro lugar para vencer a edição deste ano da Eurovisão, cuja final está marcada para 12 de maio.

As casas de apostas não influencia­m as votações finais, mas “acabam por ser um barómetro do que poderá acontecer”, refere Bernardo Pereira, do site Wiwibloggs, uma das páginas sobre a Eurovisão com mais seguidores.

Embora nem sempre as casas de apostas acertem no vencedor, são vistas com muita atenção pelos especialis­tas que seguem o espetáculo. Mais até do que pelo grande público, defende Carlos Portelo, do site ESC Portugal.

Após a primeira semana de ensaios para todos os 43 países, as casas de apostas tiveram de refazer algumas das suas odds iniciais. “Depois do ensaio de Israel, alterou um pouco a forma como a odd foi calculada, ou seja, a probabilid­ade de ganhar agora é menor, mas continua a ser a maior probabilid­ade de todas”, explica Bernardo Pereira.

Se fossem as casas de apostas a decidir, neste momento ganha Israel com a sua música Toy, o 2.º lugar seria entregue à Noruega, cujo intérprete Rybak já venceu a Eurovisão em 2009. O 3.º lugar é neste momento da Estónia, a primeira prestação a ser valorizada pelos ensaios na Altice Arena. Já França sofreu um pouco com o primeiro e único ensaio que fez até agora (hoje será a segunda ida ao palco para a dupla Madame Monsieur): caiu do 3.º para o 4.º lugar.

Todos os lugares até ao 5.º ou 6.º são aqueles que efetivamen­te têm mais hipóteses de ganhar. Até agora, a prestação que acabou mais valorizada com os ensaios foi a de Eleni Foureira que colocou o Chipre na 6.ª posição. “A grande alteração desde o início dos ensaios foi a subida de Chipre que não estava sequer no radar dos apostadore­s e depois disparou para o 6.º lugar onde se encontra”, sublinha Bernardo Pereira. Já Portugal está estável no 21.º lugar e de lá não deve sair. “Estamos em 21.º lugar, mas também já estávamos mais ou menos por aqui, entre 19.º e 21.º”, acrescenta o elemento da equipa Wiwibloggs.

Bernardo Pereira explica ainda que as casas de apostas têm nas pessoas que fazem as odds (probabilid­ades de ganhar) verdadeiro­s conhecedor­es da competição. E que estas são fabricadas de acordo com o que é expectável que o público goste e o júri.

Mas podem acontecer surpresas, alerta Carlos Portelo. “Pode acontecer à Noruega o que aconteceu à Polónia há dois anos. Ficar muito alto no televoto [votação do público em casa] e ser arrasada pelo júri. A canção nãoé boa. Eleé que é um excelente intérprete.” Ou seja, as apostas dão o 2.º lugar à Noruega, mas se apenas agradar ao público tem menos hipóteses de ganhar.

Até porque é cada vez mais difícil de definir o que pode agradar ao público, como acrescenta­m Luís Pereira e Pedro Sá, também do ESC Portugal.

No fundo, as apostas “podem influencia­r um bocadinho os votos do público seguidor, mas o público comum vota naquilo de que gosta, nem sabe que há apostas”. ANA BELA FERREIRA

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A dupla francesa Madame Monsieur é uma das favoritas

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