Diário de Notícias

O ESPETÁCULO COMEÇOU. COM FESTA, #METOO E FUEGO NO PALCO

Nick Willing sobre os últimos quadros da mãe, Paula Rego

- ANA BELA FERREIRA e LINA SANTOS

“É o sonho de uma vida.” Assim, sem hesitação, descreve Ruben Piqueras, de Alicante, o que é viver a Eurovisão pela primeira vez. A proximidad­e com Portugal trouxe a oportunida­de, e ontem, ao fim da tarde, de bandeira espanhola ao pescoço, era um dos muitos que esperavam a sua vez para entrar na Altice Arena, em Lisboa, e assistir à primeira semifinal do concurso de onde saíram os primeiros dez países a juntar-se a Portugal, Espanha, Itália, França, Alemanha e Reino Unido.

“A Eurovisão é uma forma de vida”, continua Ruben, fã garantindo que apoia Espanha. As muitas bandeiras dos 43 países que concorrem, os suíços de fato encarnado e camisa branca, as calças estampadas com os corações da Eurovisão com as bandeiras, os casacos com a mira técnica e os pins de cada um dos países que participar­am na semifinal de ontem no casaco de RebeccaWil­liamson comprovam-no.

“Desde Malmo que vamos à Eurovisão, só não estivemos em Kiev [2017]”, afirma apontando para a saia onde estão estampados os nomes de todas as cidades que visitou. A história simples, conta Rebecca ao lado do marido, Matthew. “Começámos a ver e a gostar em 2011. Em 2012 demos uma festa em casa e ele [Matthew] prometeu levar-nos à Suécia.” “Eu estava bêbedo”, desculpa-se, contando logo a seguir que a paixão pela Eurovisão vai ao ponto de seguirem todas as seleções, com o irmão, Thomas, e Kevin O’Donnell, que se juntam à conversa. “O Reino Unido já está na final, escolhemos apoiar outra canção”, dizem. Estão entre o Monsters, da finlandesa Saara Aalto, e La Forza, da Estónia.

A canção de Elina Nechayeva tem vindo a fazer uma escalada segura pelo top dos dez preferidos do Eurovision World e entre os fãs e bloggers dedicados à Eurovisão é uma das mais comentadas e foi ganhando visibilida­de à medida que os ensaios da última semana decorriam, à semelhança do que aconteceu com a grega Eleni Foureira. Com o seu Fuego, a artista pode levar a Eurovisão para Chipre pela primeira vez. Ontem, também pela primeira vez, chegou ao lugar número um nas apostas. A atuação na semifinal confirmou o favoritism­o com uma coreografi­a sem falhas. Troy Cafferky, canadiano, com o telemóvel a passar a canção de Chipre, explica ao DN as razões da escalada de Chipre. “A preferida era a Jessica Mauboy [Austrália], mas depois de ver a atuação de Eleni Foureira sou Fuego.”

Após dois ensaios oficiais e vá-

A canção de Elina Nechayeva, Fuego, tem vindo a fazer uma escalada segura pelo top dos dez preferidos do Eurovision World

“A Eurovisão é uma forma de vida”, continua Ruben, fã garantindo que apoia a Espanha

rios ensaios gerais, dois deles com público, na segunda-feira, ainda havia trunfos escondidos na manga. A belga Sennek introduziu dramatismo à sua Matter of Time com a mão a esconder-lhe o rosto. Franka, da Croácia, interpreto­u Crazy com um momento falado. A maioria, porém, preferiu ficar-se pelo guião, caso de Netta, com o seu hino de empoderame­nto feminino Toy, com umas das atuações mais coloridas da noite e apoio maciço na audiência.

Gal Lavi, Mich Kowalski e Yaron Alon, colegas da universida­de, estão a estrear-se na Eurovisão e estão a dar tudo no visual, com brilhos, óculos excêntrico­s e T-shirts “I’m not your toy” (não sou o teu brinquedo), como no refrão de Netta. À medida que se aproximam da entrada vão saudando outros israelitas que vão fazendo fila para entrar na Altice Arena. Não conheciam a artista antes de a cantora ganhar um concurso de talentos local. Mas agora conhecem as suas bailarinas, a quem desejam boa atuação, quando se cruzam. E são eles também que apresentam ao DN Bella Medallie, a mãe de Doron Medalie, que compôs Toy com Stav Beger. “É a terceira canção que ele leva à Eurovisão.” “E também canções para Eleni Foureira”, afirma, desvaloriz­ando a competição entre países. Para ela, há outra razão para apoiar Netta. “Está na hora de levarmos a Eurovisão para Israel no nosso 70.º aniversári­o.” Dana Internatio­nal, com Diva, foi a última vitória, em 1998.

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› Os primeiros dez finalistas da Eurovisão são: Áustria, Estónia, Chipre, Lituânia, Israel (na foto), República Checa, Bulgária, Albânia, Finlândia e Irlanda. As surpresas são Áustria e Irlanda entre as mais votadas e...
Irlanda é a grande surpresa › Os primeiros dez finalistas da Eurovisão são: Áustria, Estónia, Chipre, Lituânia, Israel (na foto), República Checa, Bulgária, Albânia, Finlândia e Irlanda. As surpresas são Áustria e Irlanda entre as mais votadas e...
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