PSD e BE pedem a Azeredo Lopes respostas sobre Colégio Militar
Suspensão e inquéritos a mais de dois terços dos alunos do 12.º ano que se autodesgraduaram traduzem tensão e instabilidade
DEFESA Bloco de Esquerda e PSD questionaram ontem o ministro da Defesa sobre a situação de instabilidade que se vive no Colégio Militar (CM), entre oficiais do Exército e alunos graduados, a um mês dos exames.
O caso, revelado no domingo pelo DN, envolve a recente suspensão de 19 dos 27 estudantes do 12.º ano do CM, após estes terem-se autodesgraduado em protesto contra medidas disciplinares e atitudes sentidas como militaristas por parte de oficiais do Exército. “Julga o governo ser congruente suspender, interditar o acesso a instalações e cessar o regime de internato em virtude do protesto promovido pelos alunos do Colégio Militar?”, perguntou o BE, no requerimento a que o DN teve acesso.
Considerando que há “um clima de grande instabilidade” no CM que “certamente afeta toda a sua estrutura interna e externa e coloca em risco o bom funcionamento daquela instituição, com prejuízos manifestos para os seus alunos”, o Bloco lançou outra interrogação: “Como pretende o governo responder às recentes posições da direção” do Colégio?
Além de querer saber se o governo está a par do caso, o BE – cujas críticas à direção do CM, por admitir que a homossexualidade era fator de exclusão no colégio, levaram o então chefe do Exército a demitir-se por rejeitar a exigência de responsabilização interna por parte de Azeredo Lopes – perguntou ainda se o governo “considera que as decisões pedagógicas da direção” da escola “foram as mais corretas”.
O PSD, segundo a Lusa, pediu ao ministro Azeredo Lopes o envio dos resultados dos inquéritos à comissão parlamentar de Defesa e perguntou-lhe se está a preparar “alguma medida que possa prevenir” casos semelhantes.
“Esta situação veio provocar um ambiente de tensão e instabilidade entre os alunos da instituição num momento muito próximo da época de exames escolares e em nada contribui para fortalecer a moral e o espírito de grupo nesta instituição tradicional do Exército português”, alertou ainda o PSD.