Rescisões colocariam em risco contas da SAD
FINANÇAS Sporting nega que jogadores tenham transmitido a intenção de rescindir contratos. Saída teria consequências financeiras
Após as notícias que indicavam que havia jogadores do Sporting a estudar se poderiam rescindir unilateralmente o contrato devido aos incidentes desta terça-feira, a SAD veio garantir que “não foi manifestada qualquer intenção de rescisão dos contratos de trabalho por parte de qualquer jogador da equipa principal de futebol profissional”. O esclarecimento foi pedido pela CMVM porque a eventual rescisão de jogadores teria um impacto patrimonial relevante na SAD.
No final de 2017, a SAD tinha um capital próprio positivo de 16,47 milhões de euros (um ativo de quase 287 milhões e um passivo de mais de 270 milhões). O plantel estava avaliado contabilisticamente em 65,9 milhões, cerca de 23% do ativo. Caso existam jogadores a sair a custo zero, o valor do ativo desce e, dependendo do número e dos jogadores em causa, há o risco de o ativo atingir um valor inferior ao passivo, fazendo o Sporting regressar a à situação de falência técnica.
Mas a perda real de valor num cenário desse tipo seria ainda maior. Contabilisticamente a avaliação dos plantéis é bem inferior ao valor de mercado, já que os jogadores da formação são avaliados a preços muito baixos. Segundo o
site especializado Transfermarkt, o plantel do Sporting vale mais de 200 milhões de euros.
Além do cenário de rescisões, a crise do Sporting pode também afetar os patrocinadores. Tanto a NOS como a Altice lançaram ontem alertas sobre a situação no futebol português. A NOS, patrocinadora do Sporting, avisou já que “acontecimentos tão graves não se podem repetir”, apesar de ter negado que esteja a estudar uma eventual rescisão do contrato.