Eficácia de Griezmann leva festa colchonera a Neptuno Francês imitou Forlán e Falcao ao bisar na final. Cinismo do Atlético Madrid esfriou entrada mais acutilante do Marselha
O Atlético Madrid reforçou ontem o estatuto de um dos clubes importantes da Europa na última década, ao conquistar a terceira Liga Europa em oito anos, depois das conquistas de 2009-10 e 2011-12.
Mesmo sem o treinador Diego Simeone no banco, devido a castigo – foi o adjunto e antigo guarda-redes argentino Germán Burgos a dar ordens –, a equipa espanhola manteve-se fiel ao seu estilo, bastante pragmático, à italiana, atacando pela certa e defendendo de forma bastante consistente.
Ainda assim, o Marselha conseguiu surpreender durante o primeiro quarto de hora, através de um futebol dinâmico na hora de atacar e intenso nos momentos defensivos. Logo aos quatro minutos, Payet entregou um golo cantado a Germain, mas este atirou por cima.
A frieza que o atacante marselhês não teve foi precisamente o que não faltou a Antoine Griezmann (21’), que bateu Mandanda a passe de Gabi, na sequência de uma perda de bola do médio Anguissa em zona proibida. Com este golo, o avançado colchonero colocou a nacionalidade francesa pelo terceiro ano consecutivo na lista de marcadores da final da Liga Europa, depois de Gameiro (2015-16) e Pogba (2016-17), e completou um ciclo goleador que contemplou remates certeiros a todas as equipas que enfrentou na competição: Copenhaga, Lokomotiv Moscovo, Sporting, Arsenal e Marselha.
Em desvantagem no resultado, os homens de Rudi Garcia esmoreceram, o Atlético Madrid aproveitou para arrefecer o ritmo e a lesão de Payet no gémeo direito – saiu em lágrimas – contribuiu para a diminuição da intensidade durante a primeira parte.
Esperava-se uma reação dos gauleses no segundo tempo, mas quem voltou a marcar foram os rojiblancos, novamente por Griezmann, que, assistido por Koke, mais uma vez revelou incrível frieza ao picar a bola sobre Mandanda (49’). O avançado, cuja possível transferência para o Barcelona há muito que está a dar que falar em Espanha, imitou os feitos de Forlán (2009-10) e Falcao (2011-12), que bisaram em vitórias do Atlético em finais da Liga Europa – tornou-se o décimo futebolista a bisar no jogo decisivo da competição.
O 2-0 deixou tudo bem encaminhado para o carrasco do Sporting, mas o segundo classificado da liga espanhola foi em busca do terceiro golo. Após Godín (53’) e Koke (70’) terem estado perto, o capitão Gabi deu a machadada final no resultado à beira da compensação (89’), mais uma vez a passe de Koke, que assistiu sentado no relvado ao remate vitorioso do companheiro – pelo meio, o ex-avançado benfiquista Mitroglou cabeceou ao poste (81’).
Espanhóis venceram 16 em 17
O apito final deixou os milhares de adeptos colchoneros em festa em Lyon, palco da final, e junto à Fonte de Neptuno, em Madrid, autêntico salão de festas do Atlético.
A vitória da equipa de Simeone deu sequência ao período dourado dos clubes espanhóis, que conquistaram 16 das últimas 17 competições internacionais – a exceção foi a Liga Europa da época passada, ganha pelo Manchester United de José Mourinho. Já para os emblemas franceses, foi a décima terceira derrota em 15 finais europeias.
“Nós, equipa técnica, temos a sorte de treinar homens fortes que melhoram todos os anos. Espero que Griezmann fique connosco” DIEGO SIMEONE TREINADOR DO AT. MADRID
“Quando saí de casa aos 14 anos foi para conquistar títulos, para desfrutar de noites como esta. Oxalá consiga ganhar mais títulos” ANTOINE GRIEZMANN JOGADOR DO AT. MADRID