Maradona só assume funções depois do Mundial da Rússia, para o qual tem um compromisso como comentador televisivo
e sou presidente do Dinamo Brest. Obrigado pela confiança e por pensarem em mim”, escreveu o argentino, que aos 57 anos se estreia nas funções de presidente, depois de modestas experiências como treinador que tiveram como ponto alto a passagem pela seleção da Argentina, que liderou no Mundial 2010.
Antes disso, a carreira do Maradona pós-futebolista, que durante vários anos foi condicionada pelos demónios da toxicodependência que lhe chegaram a pôr em risco a vida, teve esporádicas aventuras de natureza diversa. Depois de duas primeiras experiências como treinador, ainda nos anos 1990 (Mandiyú de Corrientes, em 1994, e Racing Club, em 1995), em 2005 voltou ao seu clube de coração, o Boca Juniors, para uma curta era como vice-presidente. Ainda nesse ano, estreou-se como apresentador de um talk show televisivo na Argentina, La Noche Del 10, cujo primeiro convidado foi o seu arquirrival histórico Pelé.
Em outubro de 2008, mesmo sem nenhuma experiência relevante anterior como treinador, Maradona fez valer o seu estatuto de ídolo incontestável na Argentina para ganhar o lugar de selecionador nacional, como solução agregadora para uma seleção em risco de falhar o apuramento para o Mundial. Sairia do cargo depois da pesada derrota com a Alemanha nos quartos-de-final (4-0).
Sem conseguir entrar nos principais mercados europeus como treinador, Maradona aceitou então a sua primeira aventura técnica no Médio Oriente, em 2011, ao comando do Al Wasl, do Dubai, mas saiu um ano depois, sem sucesso. E fez uma travessia do deserto durante cinco anos, até voltar aos Emirados Árabes Unidos, no ano passado, para treinar o Fujairah, da segunda divisão. Falhada a tentativa de promoção à liga principal, saiu por “mútuo acordo”, há cerca de duas semanas.
Agora, o percurso de Diego Maradona encontrará então nova paragem na Bielorrússia, onde pela primeira vez terá a oportunidade de ser uma espécie de presidente executivo. Atualmente oitavo classificado da liga bielorrussa, onde o BATE Borisov exerce forte hegemonia (campeão há 12 temporadas consecutivas), o Dinamo Brest, fundado em 1960 sob a designação Spartak Brest, venceu a Taça da Bielorrússia na época passada e jogou as eliminatórias da Liga Europa.
“Maradona está em posição de ajudar o futebol na Bielorrússia, em particular ao Brest. Acho que é evidente”, declarou uma porta-voz do clube, Olga Khijinova, acrescentando que o Dinamo já procura um apartamento para o astro. “Esperamos que passe grande parte de seu tempo em Brest”, justificou. Para já, terão de esperar pelo final do Mundial da Rússia, para o qual Maradona já se comprometeu como comentador televisivo.