Geraldes sai em liberdade mas não pode exercer funções
Team manager do Sporting pagou caução e ficou e proibido de frequentar as instalações do clube e de sair do país
André Geraldes e Gonçalo Rodrigues, ambos funcionários do Sporting, mantiveram- se em silêncio no interro - gatório da juíza
André Geraldes, team manager do Sporting, saiu ontem à noite em liberdade do Tribunal de Instrução Criminal do Porto, mas mediante o pagamento de uma caução de 60 mil euros. A juíza determinou ainda a interdição de exercer funções desportivas, de frequentar o Estádio José Alvalade e de contactar com os outros detidos no processo Cashball.
O dirigente leonino, que também está impedido de sair do país, é suspeito de ser o estratega de um esquema de corrupção de jogadores de futebol e árbitros de andebol, para beneficiar o Sporting. A juíza de instrução aceitou assim as medidas de coação propostas pelo Ministério Público.
Relativamente aos outros suspeitos neste processo, os advogados revelaram que os empresários João Gonçalves e Paulo Silva, este último autor da denúncia deste alegado esquema, também saíram em liberdade e ficaram proibidos de exercer funções desportivas e contactar os outros arguidos. À hora do fecho desta edição, ainda não eram conhecidas as medidas de coação a Gonçalo Rodrigues, funcionário do Sporting.
De acordo com a CMTV, o intermediário Paulo Silva, que denunciou o caso às autoridades, terá confessado no interrogatório à juíza do Tribunal de Instrução do Porto que corrompeu ( e alguns tentou corromper) jogadores de equipas adversárias do Sporting em oito jogos realizados na temporada que encerrou há uma semana. Ainda segundo a CMTV, admitiu também ter pago a árbitros para beneficiar a equipa de andebol do Sporting em dez partidas do campeonato de 2016- 17. André Geraldes, braço direito de Bruno de Carvalho, e Gonçalo Rodrigues, outros dois arguidos neste processo, terão optado por permanecer em silêncio.
Dois dos jogadores implicados neste caso de alegada corrupção negaram ontem qualquer envolvimento. Joãozinho, defesa do Tondela, disse à TVI que está “de consciência tranquila” e lançou um apelo: “As pessoas têm de trabalhar e procurar os culpados destas coisas. Os jogadores levam com estas notícias, os nomes começam a aparecer e é fácil chegar e dizer que é aquele ou o outro.”
O lateral garantiu ainda não conhecer André Geraldes e deixou a certeza de que o melhor tendo em conta o que se passa no futebol português é emigrar: “Acho que não há condições para estarmos neste clima. Mesmo que vá ganhar menos para o estrangeiro não há problema, primeiro está a minha família. As pessoas que andam à volta do futebol têm de parar de vez com este clima de suspeição, senão qualquer dia ninguém quer vir jogar para Portugal. Se tiver oportunidade para ir embora vou porque não há estabilidade.”
Bruno Nascimento, defesa do Feirense, também tomou posição através da sua conta no Facebook, mostrando- se surpreendido por o seu nome estar envolvido neste alegado esquema. “Não existe e nunca existiu nenhum tipo de contacto da parte deles e muito menos da minha. Nem ao menos os nomes me eram familiares, por isso até é uma surpresa ainda maior”, adiantou, acrescentando que já tinha entrado em contacto com o empresário, advogados e com o próprio Feirense com o objetivo de “agir ju dicialmente e criminalmente contra qualquer tentativa de desvalorizar e manchar” a sua carreira profissional e honra.