OPA chinesa à EDP vista “com cuidado” por Madrid
ENERGIA Ao contrário do governo português, que quase imediatamente deu o seu sim à OPA da China Three Gorges sobre a EDP, Madrid diz que t erá de “olhar com muito cuidado para todas as implicações” antes de decidir se vai conceder as “autorizações correspondentes”. Álvaro Nadal, ministro espanhol da Energia, espera que a empresa chinesa peça nas próximas semanas a devida autorização a Espanha, tendo em conta que a EDP é um dos principais operadores no país , incluindo o controlo de ativos nucleares. Na opinião do governante espanhol, a CTG está a meter- se num “vespeiro regulatório”, já que para ser bem- sucedida a OPA tem de passar por um complicado processo de autorizações, que i nclui os reguladores espanhóis e também norte- americanos. Reforçando a “complexidade regulatória”, sublinhou ainda os eventuais problemas na autorização à OPA por parte da Comissão Europeia, tendo em conta a normativa que impede que a mesma entidade detenha ativos de transporte ( REN) e de distribuição de eletricidade ( EDP) no país. Na opinião de Steven Santos, analista do BIG, a OPA “compromete futuros aumentos de posição na REN pela State Grid ( tem 25%), dado que a REN e a EDP não podem ser cont roladas pelo mesmo acionista ( neste caso, o Estado Chinês via CTG na EDP e State Grid na REN)”. Questionada, a REN não comenta, mas o DN/ Dinheiro Vivo sabe que uma delegação da State Grid esteve em Lisboa, dias antes do anúncio da OPA. Fontes financeiras consi deram que a coincidência de agenda não t erá sido um acaso. Hoje, o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, está em Lisboa para um encontro com o homólogo Santos Silva, para fazer um balanço sobre a Parceria Estrat égica Global entre Portugal e a China.