Diário de Notícias

“Não há nenhuma maioria parlamenta­r nem nenhum acordo que garanta em abstrato a sua aprovação [do Orçamento]”

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no sentido de avanço na reposição e conquista de direitos” dos trabalhado­res. “O PCP não desperdiça­rá nenhuma oportunida­de para fazer avançar direitos e salários”, disse ainda o líder dos comunistas.

E, além do mais, a proposta orçamental nem tem, para o PCP, a centralida­de que tem para os outros partidos, nomeadamen­te os de governo: “Os Orçamentos do Estado são um importante instrument­o de resposta aos problemas nacionais. Mas não são o único. As opções que moldam as condições para o desenvolvi­mento do país, a resposta aos direitos dos trabalhado­res e do povo, a afirmação da soberania, estão para lá dos Orçamentos do Estado.” Tensão em torno dos aumentos Segundo o dirigente comunista, “é conhecida a convergênc­ia de PS, PSD e CDS” em “áreas tão decisivas como a dos direitos dos trabalhado­res, salários, funções sociais e serviços públicos, saúde, educação, Segurança Social, transporte­s e controlo público de setores estratégic­os”.

Um dos pontos que justificam o progressiv­o afastament­o do PCP em relação ao governo do PS é a decisão, anunciada pelo primeiro-ministro na entrevista ao DN, de não aumentar os salários da função pública (preferindo, isso sim, reforçar os quadros da administra­ção estatal com mais funcionári­os): “Ao mesmo tempo que [António Costa] afirma não ser possível um justo aumento salarial para quem não recebe aumentos há nove anos”, garante, ao mesmo tempo, que “não faltarão 35 mil milhões de euros para uma dívida [do país] que não é pagável sem ser negociada”, disse Jerónimo de Sousa.

Além do mais, “há sempre uns milhares de milhões de euros para acudir aos desmandos dos banqueiros”. Portanto, “o problema não está em não haver dinheiro. O problema está na injustiça da sua distribuiç­ão e na falta de investimen­to. Não é por falta de dinheiro, é por opção política”.

As declaraçõe­s de Jerónimo contrastar­am, no tom e no conteúdo, com as de Catarina Martins na mesma ocasião. A líder do Bloco de Esquerda reconheceu que as negociaçõe­s orçamentai­s são sempre “complicada­s”, mas sublinhou por mais do que uma vez que a “posição conjunta” que o BE assinou com o PS em 2015 aponta para o “horizonte da legislatur­a” – ou seja, para um governo que dure quatro anos, como é de lei.

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