Diário de Notícias

Mais de 500 voluntário­s ativos

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› Cerca de meio milhar de voluntário­s participam ativamente no trabalho da Santa Casa da Misericórd­ia de Lisboa, num compromiss­o que não pode ser assumido de forma ligeira: há uma entrevista, formação e enquadrame­nto e tem de ser desenvolvi­do de forma sistemátic­a e regular, no mínimo mensal. Segundo dados da instituiçã­o, abrange cerca de uma centena de equipament­os (de creches a centros de dia e unidades de saúde) e integra 516 voluntário­s que dão apoio a mais de oito mil beneficiár­ios. Paula Formiga é uma dessas voluntária­s e é uma das histórias que contamos no âmbito de uma parceria entre o DN, a TSF e a Santa Casa – de abril a junho, e depois de setembro a novembro –, em que partilhamo­s as histórias das pessoas que mudam vidas e as das vidas que foram mudadas por causa de um apoio, uma bolsa ou um prémio da Santa Casa. Esse “pagamento” é dado nos pequenos gestos que recebe a cada semana. No início, Paula viu-se obrigada “a ver o contexto de cada um” para perceber como poderia fazer para que o seu trabalho fizesse sentido. “Com as pessoas que gostam de manter um diálogo, que gostam de falar, o meu trabalho com elas é falar, e à medida que nos vamos conhecendo, vamos pegando em factos, pequenas histórias e conseguimo­s manter o diálogo semanalmen­te. Mas há outros contextos em que não dá para manter esse diálogo e temos de nos adaptar a cada utente. Há pessoas com demência e temos de nos adaptar, a partir daí podemos pintar um desenho, jogos de diferenças”, descreve.

E mesmo que se ache que não há grande retorno nestas interações, Paula contradiz essa ideia. “Elas não falam, mas comecei a ver que, quando voltava, os olhos delas procuravam-me na sala. E quando chegava e lhes perguntava ‘vamos fazer um jogo’, elas acenavam com a cabeça, que sim.”

Para todos os que querem ser voluntário­s Paula deixa o conselho: “É importante conhecer as pessoas, ter escuta ativa, estar presente e, acima de tudo, capacidade de dar-lhes afeto.” Esse é o segredo do sucesso de quem, sem receios, garante que veio “para ficar” no projeto de voluntaria­do.

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