Diário de Notícias

Bruno ataca Ricciardi e Sobrinho, revela cimeira e diz que não vai ao Jamor

Em quase duas horas de conferênci­a de imprensa, Bruno de Carvalho não poupou ninguém. E continua sem vontade de sair

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BRUNO PIRES A manhã do Conselho Diretivo do Sporting (CD) não foi fácil porque, sabe o DN, existe uma pressão muito elevada sobre os elementos que resistem para que pelo menos um se demita e provoque a perda de quórum do CD. Como ontem dizia uma fonte conhecedor­a do processo ao DN, “a última demissão é sempre a mais difícil e ninguém quer entrar na história”. Mas a esperança daqueles que esperam a queda do Conselho Diretivo persiste em que um elemento, pelo menos um, saia e faça cair este CD.

Mas, até ver, Bruno de Carvalho continua como presidente do Sporting apesar de estar fragilizad­o. Por isso, com 75 minutos de atraso, pela hora de almoço fez uma conferênci­a de imprensa na qual atacou muita gente: José Maria Ricciardi, Álvaro Sobrinho, Jaime Marta Soares e até os jogadores, a quem insinuou que podiam ter evitado algumas situações após o Marítimo-Sporting que na sua ótica desencadea­ram os tristes incidentes da última terça-feira. sujo de Álvaro Sobrinho. Não tivemos nenhum relacionam­ento especial com a Holdimo e há muito tempo que a Holdimo já devia ter vendido a sua participaç­ão, porque não é uma marca ideal para dar nome e prestígio ao Sporting. Causa constantes problemas ao Sporting.” “É o estratega de tudo o que se está a passar. Com promessas de entrada de milhões, juntamente com o seu amigo Álvaro Sobrinho. De milhões, em cinco anos, só se viu o acerto de contas de uma centenas de milhares de euros e uma carrinha. Agora já dizem que têm milhões para o Sporting. Por que mudou a sua posição e a de tantos dos que se diziam nossos apoiantes? Porque é uma pessoa, um sobreviven­te, daqueles que vão passando pelos pingos da chuva, nem que tenha de ter toda a família na cadeia. Continuava a achar que era dono do Sporting. Ricciardi quis, com toda a força, assegurar que a sua nova empresa tratasse do empréstimo com o Montepio. Foi por nós estudada e recusada a proposta. A partir daí, Ricciardi entrou numa escala tremenda de campanha vergonhosa, que culmina com ‘Brunos de Carvalho devem ser mortos à nascença’. Ricciardi fala de muitas promessas e uma delas foi um incremento de 15 milhões de euros quando renovámos com Jorge Jesus. Mais uma vez, falhou. E tivemos de ser nós, direção e administra­ção, a trabalhar mais esse problema dentro do Sporting Clube de Portugal.” Reação de José Maria Ricciardi: “Só vejo dois destinos para Bruno de Carvalho: um é ser arrastado nas investigaç­ões criminais graves que envolvem o Sporting, o segundo é ser internado numa instituiçã­o psiquiátri­ca, que penso que também tem de ser considerad­o. As suas declaraçõe­s são um verdadeiro elogio para mim.” “Os nossos jogadores são muito profission­ais. Por vezes, nos jogos, não dão tudo aquilo que podem dar, mas isso acontece a toda a gente. Agora, pedir rescisão por um ato que começa numa rixa, digamos assim, provocada pelos jogadores. O Rui Patrício, que tem tempo suficiente (aliás, ele disse-me que foi o único presidente que lhe pediu para deixar uma camisola no museu do Sporting) não pode nem deve dirigir-se aos adeptos dizendo-lhes que são pa- gos. Houve uma reunião na segunda-feira em que eu disse que nos tínhamos de focar num troféu que ainda podemos conquistar esta época. Perguntei aos jogadores se estavam focados e eles respondera­m-me que sim. Também perguntei a um jogador se ele sabia o que era virar-se a um líder de uma claque e ele respondeu-me que tinha o sangue quente. Perguntei a outro se estava tudo bem porque o tinha visto nas imagens... também lhes pedi para me alertarem, a mim ou ao André, se houvesse ameaças. E também lhes disse que às 16.00 estaria na Academia, mas as notícias do Cashball impediram-me de chegar a horas. Eu ia lá estar também e também poderia estar com fraturas, pontos. “A maior parte dos jogadores nem percebe o que aconteceu. Todos são seres humanos, apesar de estes serem minha família e meus ativos. Acompanhei de perto que um dos jogadores, que será do Sporting na próxima época, Raphinha, sofreu situações verdadeira­mente criminosas na Academia do Vitória esta época. Como não era o Bruno de Carvalho, Portugal não se sentiu vexado. Há muito a fazer na lei da violência desportiva. É por isso que estamos a apresentar propostas e a contribuir com as nossas ideias. Os jogadores não têm culpa, não se apercebera­m da dimensão, numa conversa comigo não me alertaram. Seria impossível imaginar tal ato bárbaro e descompens­ado como aquele. Não quero acreditar, e já o disse a Joaquim Evangelist­a [presidente do Sindicato de Jogadores], que possa haver uma tentativa de rescisão por um ato que involuntar­iamente saiu dos próprios jogadores. Lamento ter que falar disto antes da final da Taça. Não merecem nada do que se tem passado, mas nós Sporting também não. Aquilo não é o Sporting e nunca mais será o Sporting. Mas estar a deixar alimentar esta campanha de terror, não só para me tentar imputar como autor, mas todo o silêncio que verifico sobre o assunto, dos jogadores que não me querem no banco. Tenho pena, porque volto a dizer que somos uma família. Muitas vezes me coloquei à frente de centenas de adeptos para que

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