Bas Dost de cabeça ligada e boa disposição no único treino antes da final
Plantel treinou pela primeira vez desde o ataque de que foi alvo na Academia. Sorrisos e aparato policial no Estádio Nacional
DAVID PEREIRA O relógio marcava 16.00 quando o autocarro do Sporting chegou ao Estádio Nacional, perante o olhar dos jornalistas e das duas a três dezenas de curiosos que esperavam a equipa, embora não tivessem conseguido vislumbrar qualquer jogador ou membro do staff técnico que seguia na viatura. Em redor do palco da final da Taça de Portugal, a palavra de ordem era segurança: tanto repórteres como adeptos ficaram isolados, através do recurso a baias, sendo visível o reforço policial na Av. Pierre de Coubertin, que dá acesso ao recinto.
Cerca de 40 minutos depois, os atletas subiram ao relvado, no primeiro treino desde o bárbaro ataque de que foram alvo na Academia Sporting, na terça-feira – e o primeiro também desde a derrota diante do Marítimo (1-2) nos Barreiros, no domingo, que valeu a queda para o terceiro lugar, por troca com o Benfica. O único jogador que mostrava visíveis sinais dos incidentes ocorridos em Alcochete era Bas Dost, que se apresentou no (bem tratado) relvado do Jamor de cabeça ligada. O avançado holandês foi dos mais afetados fisicamente pelas agressões, tendo uma fotografia dos seus ferimentos na cabeça sido uma das imagens mais marcantes do que se passou no início da semana.
Apesar de ser tudo muito recente, e de o grupo ter estado fragmentado e a treinar em ginásios durante os três dias anteriores, houve sorrisos e boa disposição no apronto dos leões. Fábio Coentrão, Rafael Leão, João Palhinha, Rodrigo Battaglia e Ristovski foram alguns dos futebolistas mais sorridentes durante o quarto de hora aberto à comunicação social, período em que o plantel se recriou com bola e deu três voltas ao campo em corrida contínua.
Quatro dias depois dos acontecimentos chocantes, os jogadores do Sporting vão mostrando que as feridas começam a sarar, até porque hoje (17.15) têm a possibilidade de terminar a temporada com a conquista de um troféu, a Taça de Portugal, que poderá ser a 17.ª da história do emblema de Alvalade e... a segunda da era Bruno de Carvalho.
Mesmo menos sorridente, até por estar focado em preparar a parte mais tática do primeiro e único treino da semana através da colocação de algum material de sinalização no relvado, Jorge Jesus não deixou de cumprimentar os jornalistas que assistiam à sessão, soltando um sonoro “boa tarde!” quando passou por perto. Doumbia e Piccini ausentes Concluídas as três voltas ao relvado, os limitados Rafael Leão, Bruno César e André Pinto prosseguiram a corrida contínua, enquanto o restante grupo voltou a recriar-se com bola através de exercícios animados, que motivaram algumas gargalhadas entre o plantel.