Diário de Notícias

Cristiano Ronaldo inaugurou o marcador, falhou uma grande penalidade e festejou no final da noite: “É a minha primeira Liga dos Campeões, é fantástico, é um grande momento para mim”

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21 de maio de 2008 é um dia que Cristiano Ronaldo jamais esquecerá. Hoje campeão europeu de clubes por quatro vezes – pode vencer a quinta no sábado – e de seleções por uma ocasião, o internacio­nal português tocou o céu continenta­l pela primeira vez há dez anos.

Após ter caído nas meias-finais ante o AC Milan na temporada anterior, CR7 guiou o Manchester United à terceira Taça/Liga dos Campeões com oito golos durante a competição.

O oitavo foi apontado na própria final diante do também inglês Chelsea, no Estádio Luzhniki, em Moscovo, e presenciad­o por cerca de 67 mil espectador­es. O avançado madeirense, então com 23 anos, recebeu um cruzamento da direita de Wes Brown e subiu ao segundo andar para cabecear para o fundo das redes da baliza de Petr Cech, que ficou pregado ao relvado, quando estavam decorridos 26 minutos.

Ainda durante a primeira parte, os red devils dispuseram de duas flagrantes oportunida­des para dilatar a vantagem, ambas por Carlos Tevez, mas o argentino desperdiço­u-as. E como quem não marca arrisca-se a sofrer, a formação orientada por Avram Grant chegou ao empate ainda antes do intervalo. Uma bola pontapeada de longe por Michael Essien desviou em Vidic e Ferdinand, o que levou Van der Sar a iludir-se e desequilib­rar-se e Lampard a aproveitar as sobras para empurrar para a baliza da equipa de Alex Ferguson (45’).

Tanto no segundo tempo como no prolongame­nto que se seguiu, foram os londrinos que estiveram mais perto do segundo golo. Valeram os ferros da baliza do United, que negaram os golos em Drogba e Lampard.

No desempate por grandes penalidade­s, já Nani tinha convertido o dele, estava 2-2 quando Cristiano Ronaldo permitiu a defesa de Cech e levou as mãos à cabeça. Coube a John Terry a responsabi­lidade de poder dar a vitória ao Chelsea. O central partiu confian-

Ronaldo festeja em Moscovo a primeira das quatro Ligas de Campeões que já conquistou te, tendo até ajeitado a braçadeira de capitão talvez já a pensar no momento de levantar a taça, mas escorregou na hora H e acertou no poste. No último pontapé, Anelka viu Van der Sar negar-lhe o golo e tornar-se o herói do regresso do Manchester United aos títulos europeus, nove anos depois. Campanha começou em Alvalade CR7, que na mesma noite foi do céu ao inferno e novamente ao céu, era um homem aliviado e eufórico no final da noite. “O sentimento é brutal. É a minha primeira Liga dos Campeões, é fantástico, é um grande momento para mim. Há muito que sonhava vencer este troféu. É magnífico”, afirmou, enquanto olhava sorridente para a medalha, no culminar de uma campanha que começou em Alvalade, com vitória sobre o Sporting por 1-0, com um golo seu. Os leões, a Roma e o Dínamo Kiev foram as equipas superadas pela formação de Old Trafford na fase de grupos, seguindo-se Lyon, novamente Roma e Barcelona na fase a eliminar.

“Fiquei desapontad­o quando falhei o penálti, mas marquei durante o jogo. Isso é o mais importante. Tentei ajudar a equipa durante o jogo todo. Penso que marquei um grande golo. Falhei o penálti, mas isso acontece aos jogadores, é uma lotaria. O Chelsea podia ter ganho, mas ganhámos nós. Penso que o Edwin [van der Sar] fez uma grande defesa”, acrescento­u na altura, garantindo então que ia ficar no Manchester United. E ficou... por mais um ano.

A conquista da Champions, aliada à do campeonato inglês, e os golos que fizeram dele não só o melhor marcador das duas provas como das principais ligas europeias foram decisivas para a atribuição da primeira Bola de Ouro para o português.

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