Caminhadas pedagógicas identificam despejos ilegais e falta de limpeza
A iniciativa “Prevenir e Educar por uma Floresta Verde”, que começou a Sul, em Monchique e terminou a Norte, em Terras do Bouro, permitiu conhecer os principais aspetos negativos e positivos das nossas florestas, assim como melhorar a forma como interagim
Ao longo das cinco semanas em que o “Prevenir e Educar por uma Floresta Verde” , da Tranquilidade, percorreu o país de Sul a Norte foram realizadas várias caminhadas pedagógicas para alertar para aspetos negativos, mas também positivos, em relação à forma como o homem interage com a floresta. Na primeira, na serra de Monchique, as entidades locais, nomeadamente o Gabinete Técnico Florestal da Câmara alertou para a existência de espécies invasoras, como as acácias ou os bambus, que não são tipicamente portuguesas e que começam a aparecer nos meandros da vila de Monchique. Durante este primeiro percurso foi sublinhada a importância de preservar o carvalho de Monchique, como espécie autóctone que é. Na Nazaré, na Mata do Valado, gerida pelo ICNF, o problema detetado pela GNR foi outro: os despejos ilegais na natureza. Eletrodomésticos, louças de casa de banho, e detritos de construção um pouco por todo o lado, que levou as autoridades a lembrarem aos caminheiros, que a multa pode ser de dez mil euros para quem pratica esta ação. Em Viseu, a caminhada com o maior número de participantes, no Parque da Aguieira, o ICNF e o seu técnico Rui Pedro sublinhou a biodiversidade presente neste parque às portas da cidade, possibilitada por solos “fundos, frescos e férteis”, bem diferentes dos solos serranos e áridos, onde por norma resistem árvores mais combustíveis como o pinheiro bravo. O “Prevenir e Educar por uma Floresta Verde” percorreu ainda trilhos da maior mancha de carvalho - negral do país, situada na serra da Nogueira, em Bragança. Cresceu numa zona onde antes eram terrenos agrícolas, sobretudo de exploração de batata. Trata-se de uma regeneração natural da floresta, paredes-meias com uma floresta plantada de pinheiros. Hoje casa da espécie protegida do lobo - ibérico. Fechou com chave de ouro, em território Rede Natura 2000 e reserva da biodiversidade, no Gerês, onde as autoridades quiseram mostrar aspetos a corrigir, como por exemplo o mato, a vegetação e as árvores muito altas junto a uma linha de média tensão.